A Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) registrou
chuva entre as 7h de domingo e 7h de ontem em 67 municípios. Houve uma redução dos
índices pluviométricos em comparação com os registros desde o início deste mês. Para
hoje, o órgão prevê nebulosidade variável com possibilidade de chuva na faixa litorânea e
na região Jaguaribana. Nas demais regiões, céu parcialmente nublado.
As chuvas de ontem concentraram-se na região litorânea. A maior precipitação ocorreu
na Capital (39mm), seguida de São Luís do Curu (38mm), Beberibe (32mm), Eusébio
(31mm) e Jaguaretama (27.5mm). Elas são decorrentes da aproximação de um ramo da
Zona de Convergência Intertropical (ZCIT).
Para as próximas 48h permanece a
possibilidade de chuva na faixa litorânea. O sistema atmosférico Vórtice Ciclônico de
Altos Níveis (VCAN) pode atuar conjuntamente com o ramo da ZCIT e provocar mais
chuvas.
O meteorologista da Funceme, Raul Fritz, reafirmou que o órgão mantém o prognóstico
inicial de ocorrer uma quadra chuvosa (fevereiro a maio) com índices pluviométricos
abaixo da média histórica. A tendência para o próximo mês é de as chuvas perderem
intensidade.
Na região Centro-Sul, alguns agricultores voltaram a plantar as culturas de subsistência (arroz, milho e feijão) animados com as chuvas
caídas no decorrer de março. Agora a preocupação é com a continuidade das precipitações no atual mês e em maio vindouro. A maioria da
safra de grãos de sequeiro (aquela que depende exclusivamente da água da chuva) está perdida em grande parte do sertão cearense por
causa do veranico registrado em fevereiro passado.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Iguatu, Evanilson Saraiva, disse que a atual quadra chuvosa foi desastrosa para a
safra de grãos. "O inverno está irregular e poucos voltaram a plantar em março, mas quem fez a replanta poderá ter uma colheita
assegurada. A nossa preocupação é com os grandes açudes que não tiveram recarga", afirmou.
As chuvas de março e da primeira quinzena deste mês contribuíram para o ressurgimento da pastagem nativa e recarga de pequenos
reservatórios, mas não foram suficientes para o aumento do nível de açudes importantes e estratégicos para o abastecimento de áreas
urbanas, como o Trussu, o Orós e o Castanhão, que praticamente não tiveram recarga ou receberam água em quantidade reduzida.
Hoje, os 153açudes monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) acumulam 13,3%. Três permanecem
sangrando: Caldeirões (Saboeiro) e Gameleira e Quandú (Itapipoca). Há também quatro com cota acima de 90%: Trici (Tauá), Maranguapinho
(Maranguape), Tijuquinha (Baturité) e Colina (Quiterianópolis). Em contraste, 117 estão com volume inferior a 30%.
Diário do Nordeste
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