quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Crônica 02

Com as mães na cabeça

A bola chegou na direita, o atacante mata na coxa direita e toca com o pé esquerdo para Da Silva. Ele olha de lado,faz que toca para a esquerda, mas prefere arriscar, parte para cima da defesa passa um, passa dois, fica na cara do gol, só tem o goleiro ,caído, gol certo, o pé encosta na bola, ela vai caprichosamente para cima do gol indo direto para a arquibancada. No empate de zero a zero dentro de casa, o atacante bota as mãos na cabeça, só desespero.

A torcida entra em desespero, começa a xingar o jogador, que fica circulando de um lado para o outro, irritação e desespero, e com as mãos na cabeça em sinal de que nem ele mesmo acredita que perdeu o gol.

Lá na cabine de rádio o locutor fica louco, a garganta irritada, o som de sua voz ecoa no estúdio. – Minha nossa senhora, Da Silva, perdeu o gol da vitória, sozinho com o goleiro. O repórter de campo na mesma hora emenda: “Isso mesmo, o jogador ficou tão desesperado que colocou as mães na cabeça”.

Por coincidência ou não, aquele domingo de sol forte e calor no Mirandão, era mesmo dia das mães.

Um comentário:

Emerson Monteiro disse...

Gostei, Tarso.

Estilo prosaico e gostoso.

Abraços.