quinta-feira, 30 de julho de 2009

Ato relembra morte de morador de rua e questiona atendimento de saúde pública

Rua 8 de Setembro, Papicu, Fortaleza (CE). Manhã do dia 13 de julho. Um morador de rua passa mal e precisa de atendimento médico. Moradores da região chamam o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), em vão. Ninguém aparece. À tarde, ainda sem receber cuidados médicos, o morador não identificado, falece. Apenas nessa hora, aparecem o Ronda do Quarteirão (ronda policial) e o carro do Instituto Médico Legal (IML) para resgatar o corpo.

Indignada com a situação, a Pastoral do Povo da Rua de Fortaleza, programou um momento celebrativo em memória do cidadão. De acordo com Fernanda Gonçalves, Secretária Executiva da Pastoral, essa não é a primeira vez que um morador de rua vê negado o acesso à saúde pública. Porém, neste caso, o resultado foi o óbito.


Uma das lutas da Pastoral do Povo da Rua é garantir atendimento médico para essa população. "Por que um morador de rua não tem direito à saúde?", questiona a secretária. Para ela, o atendimento médico deve ser feito independente da identificação. "Todos têm direito ao atendimento à saúde, mesmo sem documento", afirma.

Ainda segundo Fernanda, o ‘povo da rua’ tem a característica, de não revelar sua origem e seu nome. Às vezes, eles usam nomes diferentes, o que dificulta na hora de verificar a identidade real. "Ficamos muito tristes porque gostaríamos de saber quem ele era, fazer contato com a família, saber a cidade onde nasceu, para fazermos um sepultamento digno. Mesmo assim, celebraremos em memória ao ser humano", enfatiza Fernanda.

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