segunda-feira, 11 de junho de 2012

Projeto acolhe crianças em situação de risco

Com uma população de 17.859 habitantes – conforme dados do IBGE (Censo-2010), o bairro João Cabral é considerado como um dos mais violentos de Juazeiro do Norte, por diferentes motivos. Por exemplo, dos cerca de 9 mil menores ali residentes, muitos são usados como “aviões do tráfico”, ou já fazendo uso de drogas, principalmente, crack e maconha. Também em algumas ocasiões, se registram abuso sexual infantil.

Visando mudar essa realidade, o Projeto “Vida e Saúde”, que funciona na Rua da Paz, 1460, mantido através de ajuda de cooperadores diretos e colaboradores indiretos de várias instituições Não-Governamentais, tem acolhido para suas atividades, grande número de crianças e adolescentes. “Preocupados com isso, resolvemos transferir nossa associação do centro da cidade para aquele bairro, para realizarmos um trabalho preventivo junto aos menores de 18 anos e recuperarmos os que já estavam enveredando por caminhos errados transportando, vendendo e até mesmo usando substâncias químicas ilícitas, como se fosse a única opção que eles teriam para se manter e ajudar suas famílias”, diz o diretor Fernandito Pino, ao justificar a instalação do projeto “vida e saúde”, no bairro João Cabral.

Os menores recebem aulas de artes marciais (kung-fu, judô, jiu-jitsu), e aulas de violão, música, teatro, dança reforço escolar, entre outras atividades, períodos da manhã e tarde, por professores voluntários. Atualmente, quase 500 menores. “Esses menores são orientados para optarem pelas coisas corretas, mostrando-lhes exemplos de vida que já aconteceram com muitas pessoas. Inclusive, para este ano de 2012,estamos viabilizando também alguns cursos profissionalizantes para eles e implantando uma sala de informática”, afirma Fernandito.

Recuperação

Depois de observar que em Juazeiro do Norte, as pessoas estão tendo acesso às drogas ilícitas cada vez mais cedo, ou seja, já a partir dos cinco anos de idade, tendo em vista a desestruturação familiar, Fernandito Pino resolver abrir uma casa de recuperação de dependentes químicos na faixa etária de 5 à 12 anos, que serão submetidos a um rigoroso processo disciplinar, para que essas crianças se reencontrem o mais rápido possível. “Nós estamos procurando uma chácara para alugarmos, se possível com quadra ou campo de futebol soçaite, preferencialmente, nos bairros Tiradentes, Limoeiro, Novo Juazeiro ou Campo Alegre, para instalarmos essa casa voltada para o atendimento do público entre 5 e 12 anos de idade. Já providenciamos inclusive, camas, mesas, cadeiras, além de outros móveis e utensílios domésticos, com esse objetivo”, anuncia.

Conforme Fernandito Pino, infelizmente em virtude da inversão de valores, resultado de determinadas influências que invadem os lares, muitas meninas que estão enveredando pelas drogas a única arma que elas tem para conseguirem dinheiro para sustentar o vício, é o próprio corpo. “E elas fazem uso disso sem pensar duas vezes. Temos uma sociedade que esqueceu os princípios e muitos elementos se aproveitam para exploraram as meninas. E dados estatísticos mostram que isso acontece não só fora, mas dentro da própria família”, relata.

Jornal do Cariri

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