O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva provocou ontem o candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, ao falar sobre a "incapacidade" dos tucanos de fazer pelo Nordeste o que foi realizado pelos governos petistas. "Nós não queremos tirar nada de ninguém. Queremos recuperar o Nordeste de tudo que tiraram dele no século XX", disse o petista ontem em entrevista à Rádio Jornal de Recife.
Às vésperas de sua visita a Pernambuco ao lado da candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT), Lula chamou os adversários de "predadores", declarou que o Nordeste "era tratado por essa gente a pão e água" e ressaltou que Aécio foi contra a instalação de uma fábrica no interior do Estado. "O problema dos tucanos é que eles têm voo curto e não conseguem sair do Sul e Sudeste. Eles não têm voo para chegar no Nordeste e no Norte", concluiu o ex-presidente. "Eles são bons de bico, aquele bicão grande, amarelo, para comer filhote de passarinho e ovo de passarinho. São predadores", afirmou Lula, argumentando que os adversários não sabem governar para a região.
O petista lembrou que o governo levou a fábrica da Fiat para Goiana (município na zona da mata pernambucana), apesar das críticas de Aécio. "É um tipo de gente que nunca contribuiu para o desenvolvimento do Nordeste", destacou.
A fábrica será um dos pontos a serem visitados por Lula e Dilma no Estado hoje, que devem fazer ainda uma caminhada e um comício no Centro do Recife.
Lula pregou que o nordestino deve ter consciência de que "não se pode perder os avanços conquistados" na região.
Candidatura em 2018
O ex-presidente disse que não está disposto a concorrer à Presidência em 2018, mas não descartou totalmente a possibilidade. Para ele, seria "leviano" discutir a próxima sucessão presidencial agora. "Se depender de mim não. Eu não poderia pensar em eleições agora", respondeu.
O petista ponderou que em 2018 estará com 72 anos e disse ter expectativa de que até lá surjam quadros mais jovens para disputar a eleição. "Acho que já cumpri minha missão", afirmou para, em seguida, deixar a possibilidade no ar. "Mas a única coisa é que eu não posso dizer é que não. Não sei qual será a circunstância política de 2018. Estou dizendo da minha vontade pessoal", declarou.
Após enfrentar um câncer na laringe, Lula afirmou que sua saúde está melhor "do que quando tinha 40 anos".
Favorável à reeleição, Lula lembrou que quatro anos não são suficientes para implantar obras estruturantes e que ao novo mandato é positivo "porque é a aprovação ou não de quem está no governo". O petista também apoia uma Assembleia Constituinte para se debater a reforma política e "tentar moralizar a política". "Não é possível 28 partidos, 30 partidos, partidos de aluguel, partido laranja para se vender na eleição", disse.
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