terça-feira, 4 de agosto de 2015

Coluna do Donizete Arruda, no Jornal do Cariri

Azedou a amizade com Raimundão
O prefeito interino Luiz Ivan não tem mais ligado para o afastado Raimundo Macedo.
Também não o consultou sobre as demissões dos cargos comissionados e nem o
comunicou sobre seus problemas de caixa para honrar a folha de pessoal na Saúde e
na Educação. Por direito, assumiu a Prefeitura sozinho. Não presta contas mais com
seu antigo aliado político. Na prática, Luiz Ivan rompeu com Raimundão. Mantém,
apenas, as aparências sobre o trabalho de bastidores, junto ao Poder Judiciário, para
impedir o retorno de Raimundão ao cargo em Brasília, já que essa volta foi barrada
no Tribunal de Justiça do Estado.

Transparência precisa constar da pauta
Não é prática da nova administração de Juazeiro a transparência de seus atos. É
verdade que o Diário Oficial do Município publicou a demissão de 198 ocupantes
de cargos comissionados. Porém, o prefeito interino Luiz Ivan bem que poderia ter
convocado uma entrevista coletiva para anunciar essa medida e justificá-la diante
do caos financeiro vivido por Juazeiro. Preferiu o silêncio e o corte seco dos aliados
do prefeito afastado Raimundão e de vereadores de sua base aliada. As demissões,
decididas no sábado, provocaram revolta no final de semana na Câmara Municipal.
Agora, os vereadores, que voltam hoje ao trabalho, decidirão como retaliar Luiz Ivan.
É o que dizem. Contudo, a caneta de um prefeito sempre impõe medo e prevalece
diante da fragilidade do parlamento.

Futuro imprevisível no atual quadro
Quem acompanha de perto o processo de afastamento de Raimundão no Superior Tribunal
de Justiça (STJ) assegura que sua volta, hoje, estaria próxima. Essa decisão seria
motivada por erros técnicos cometidos no próprio processo que afastou Raimundão.
Se isso vier a se confirmar, o prefeito interino Luiz Ivan dificilmente voltará a ter a boa
convivência com Raimundão. Os dois ainda não romperam, no entanto enfrentam um
diálogo difícil. Raimundão reclama da interferência do irmão de Luiz Ivan, deputado federal
Arnon Bezerra, na administração. Aponta o deputado como fator determinante
para um distanciamento entre eles. Agora, a Câmara de Juazeiro examina a possibilidade
de instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar fraudes no
Governo. O ambiente político juazeirense está tenso. E com consequências nebulosas.

Zé Leite faz festa no TRE
O prefeito de Barbalha, Zé Leite, comemorou com fogos a decisão do Tribunal Regional
Eleitoral (TRE) do Ceará, que o manteve no cargo. Aos mais próximos, confessou
ter tido medo de ser cassado. Já se preparava para recorrer ao Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) e ao Supremo Tribunal Federal (STF), tamanho o seu desespero.
Vitorioso, Zé Leite aguarda, sem estresse, a oposição recorrer ao TSE para novamente
se defender e tentar arquivar de vez o processo. Vai passar o resto do mandato
tendo que responder sobre o abuso de poder, ao usar o programa institucional para
se promover na campanha à reeleição de 2012. Não bastasse esse problema, Zé Leite
tem que explicar as denúncias de compra de partido e a tentativa do pagamento
de dívidas de campanha com terreno público. Sobram escândalos em seu Governo.
O Ministério Público promete, para breve, as oitivas com os empresários denunciantes.
Sobre todas essas acusações, Zé Leite diz nada temer.

Tentativa de impeachment no Crato
O ex-prefeito do Crato, Zé Adega, se articula para derrubar o primo e atual prefeito Ronaldo
Mattos. Na última semana, convidou os vereadores Bebeto Anastácio e Pedro
Alagoano para uma conversa. Na pauta, a proposta de um pedido de impeachment.
A ideia era simples: Bebeto daria entrada com a proposta e o presidente da Câmara,
Pedro Alagoano, facilitaria a tramitação. Bebeto disse que há motivos para defender
o afastamento do prefeito Ronaldo. Sensato, Pedro Alagoano deu o silêncio como resposta.
Ao saber do episódio, o prefeito Ronaldo disse que sofre uma perseguição de Zé
Adega. E apresentou sua razão para isso ocorrer: afirmou, em uma roda de amigos, que
Zé Adega vai perseguir todos os prefeitos que assumirem a administração cratense, pois
ele não consegue dormir com a chaga de ter sido o pior prefeito da história do Crato.

Campanha de Trezzi peca na origem
O gaúcho Etiene Trezzi está em campanha aberta e declarada. Pelo menos é o que
tem demonstrado suas últimas agendas na zona rural do Crato. Na última quinta-
-feira (30), fez reunião com moradores do sítio Romualdo, no caminho do Arajara.
Não conseguiu empolgar a população, onde a presença foi pequena. Seu maior
desafio é apresentar um projeto de desenvolvimento para o Crato, com propostas
que sejam capazes de convencer o eleitor a dar a Trezzi uma chance de governar o
Município. Por ora, Trezzi aposta apenas na força de seu poderio econômico. Aí, terá
que prestar esclarecimentos ao Ministério Público Eleitoral.

DISSE-ME-DISSE

O vereador Francisco de Assis Marques (Diar), do PCdoB de Granjeiro, é
acusado de entregar uma relação com nomes de apadrinhados para serem
empregados na Prefeitura. Diar avisou que se os apadrinhados não ganhassem
emprego, ele denunciaria a administração por corrupção.

Presidente do Sindicato dos Servidores Municipais, Diar queria ser, também,
representante da Federação dos Servidores. Sua pretensão foi barrada pela
presidente da Fetamce, Enedina.

Diar não vai ganhar nenhum cargo com sua barganha. E o PCdoB silenciou
quanto aos métodos nada republicanos de seu parlamentar.

Gilmar Bender anda decepcionado com os irmãos Ferreira Gomes. Sua
filiação ao PDT teria sido para ficar ao lado dos dois.

Na última conversa com Cid, ouviu um “boa sorte” e que não confiasse no
presidente regional do partido, deputado federal André Figueiredo. Gilmar não
entendeu esse recado.

Antes do resultado do TRE, Zé Leite foi ao programa de João Hilário para
desabafar. Reclamou da mídia. Quer aprontar todas com a omissão dos veículos
e jornalistas.

O advogado barbalhense Expedito Júnior parece decido a concorrer à vaga de
prefeito nas eleições de 2016.

Hoje, articula a candidatura com o aval dos mais 3,5 mil votos da última eleição. Cerca de 300 a menos que o grupo do ex-prefeito Rommel Feijó.

Para pavimentar sua candidatura, Expedito Júnior tem procurado o
fortalecimento político. É o novo dono do PPS.

Desculpe a ignorância, a prefeitura de Juazeiro quebrou nos últimos 45 dias?

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