sábado, 9 de junho de 2012

BNB fez empréstimo suspeito

Mesmo diante de notas fiscais ilegais e da criação de uma empresa de fachada, um gerente do Banco do Nordeste do Brasil autorizou a liberação de um empréstimo de R$ 2,9 milhões para uma concessionária de veículos, em Fortaleza. Em abril do ano passado, negócios feitos entre o BNB e a FlexCar Comércio e Locação de Veículos Ltda viraram alvo de investigação da Controladoria Geral da União (CGU), Polícia Federal e da Procuradoria da República no Ceará. Afastado da Gerência de Negócios da Agência Centro do BNB, o gerente envolvido no caso também está sendo investigado por autorização de financiamentos que somariam R$ 11,570 milhões.

No caso do empréstimo da FlexCar, os empresários apresentaram ao BNB “notas fiscais irregulares” para comprovar a suposta compra de 103 carros (Pálios e Fiats Fire) de uma revendedora que nunca existiu no endereço apresentado ao banco. Estranhamente, o gerente que autorizou a liberação dos R$ 2,9 milhões não mandou ninguém conferir se a E. Morais Teles funcionava, de fato, em Horizonte, município da Região Metropolitana de Fortaleza.

Durante a apuração, O POVO esteve no local onde a E. Morais Teles deveria funcionar como revenda de veículos. No local, apenas um galpão e informação de que o BNB nunca mandou alguém por lá para confirmar o que a FlexCar apresentou como verdade nas notas fiscais.

A suposta fraude só foi descoberta quando o gerente Fred Elias de Souza, funcionário de carreira do banco, desconfiou das informações pouco detalhadas em relação a compra dos 103 veículos. Não havia nas notas fiscais dados individualizados (chassi, Renavam, etc) referente aos Pálios e Fiats Fire nem nada que comprovasse que os 103 carros, de fato, haviam sido comprados.

Mas as evidências do desenrolar de uma fraude e a denúncia formal feita por Fred Elias de Souza ao comando do BNB não foram suficientes para o gerente investigado abortar o empréstimo de R$ 2,9 milhões para a FlexCar.

O contrário. Nas três notas fiscais há dois carimbos do BNB considerando a operação legal e insuspeita. No primeiro, está escrito que: “declaro (amos) para os devidos fins que recebi (emos) o(s) itens descritos na presente nota fiscal em perfeito estado de conservação e uso”.

Em vez de 103 carros, a empresa a FlexCar teria comprado apenas 33 até abril de 2011 -mês da assinatura do empréstimo. Curiosamente, o suposto pagamento feito à E. Morais Teles pela FlexCar foi dividido em três notas fiscais. A primeira, no valor de 2.093.035,24, dá conta da compra de 74 “veículos Fiat, marca Palio Fire, Economy, 4p-5, passageiros”. Cada automóvel teria custado R$ 28.284,26 na data de 18 de abril do ano passado.

Na segunda nota fiscal, a FlexCar paga R$ 460.452,30 por 14 “veículos Fiat marca Siena EL 1.0, flex”. E fechando a compra, a E. Morais Teles teria recebido mais R$ 782.216,10 por 15 “veículos Fiat, marca Doblo, motor 1.400, Flex”. Cada carro vendido ao preço de R$ 52.147,74.

O quê

ENTENDA A NOTÍCIA

Gerente do BNB, da agência Centro, em Fortaleza, liberou empréstimo no valor de R$ 2,9 milhões. Empresa beneficiada pelo banco usou uma revendedora fantasma de veículos e notas fiscais irregulares.

jornal O Povo

Um comentário:

Unknown disse...

Ano passado fez vários suspeitos num assentAMENTO EM CAMPOS SALES A MATERIA SAIU NO JORNAL DIARIO. AS ATA SÃO POSTERIORES A LIBERAÇÃO E PAGAMENTO DO EMPRESTIMO E Muitos dos que fizeram o financiamento nem moravam mais no assentamento , o Sr. Cicero Isidorio de Sousa por exemplo tá com uns 3 anos que mora na cidade de campos sales, mesmo assim foi um dos pimeiros que tirou o dinheiro, a Dona Maria Bento da Cruz também já faz tempo que foi morar fora uns dois anos, mas a secretária pegou a assinatura desse povo na ata lá na cidade. No meu entender o emprestimo é pra quem mora no assentamento e é agricultor, mas o projetista faz pra quem ele quer, citei dois nomes mas tem muito mais na mesma situação que fizeram o emprestimo pronaf a sem ser assentado.