Um comparecimento recorde e um resultado equilibrado devem marcar nesta quinta-feira (18) o histórico plebiscito na Escócia, que pode pôr fim à união de 307 anos com os ingleses.
Cerca de 4,2 milhões de pessoas que vivem em território escocês podem responder sim ou não à pergunta: "A Escócia deve ser um país independente?".
Pesquisas divulgadas na noite de quarta (17) apontam vitória apertada do "não".
No levantamento do instituto "YouGov", o voto pelo "não" tem 52%, o "sim", 48% –sem considerar os indecisos, que são 6%.
A expectativa é que 80% dos eleitores votem.
Mesmo que permaneçam parte do Reino Unido, os escoceses já podem celebrar uma conquista: em troca do voto "não", o governo britânico e a oposição prometeram mais autonomia financeira e política à Escócia.
Já o primeiro-ministro britânico, o conservador David Cameron, não tem muito o que comemorar, mesmo que o "não" vença.
Impopular entre os escoceses, deve sair desgastado da campanha, que ignorava até o crescimento do "sim".
Diante dos rumores de que teria de renunciar caso o "sim" vencesse, Cameron se aliou ao adversário e líder trabalhista Ed Miliband, cuja sigla é mais forte na Escócia.
O premiê visitou então a região duas vezes para apelar pelo voto que desmantelaria o Reino Unido, formado por Escócia, Inglaterra, Irlanda do Norte e País de Gales.
Nesta quarta (17), Cameron reafirmou que não renuncia em hipótese alguma.
A separação seria um desastre também para os trabalhistas, que dependem do país para equilibrar o jogo em Londres, ainda mais em 2015, ano de eleição geral. Em 2010, o partido levou 41 das 59 cadeiras da Escócia no Parlamento britânico.
Até a rainha Elizabeth 2ª, que anunciara neutralidade, pediu que os escoceses votassem com "cuidado".
Por meio do Twitter, a Casa Branca reafirmou ontem a posição do presidente Barack Obama contra a independência e a favor de um Reino Unido "forte e robusto".
As autoridades prometem anunciar o resultado até a manhã desta sexta (19).
Se o "sim" vencer, a independência valeria de fato a partir de 2016, após um período de transição.
Em sua mensagem final, o primeiro-ministro do Parlamento local, Alex Salmond, líder da campanha pela independência, disse que a Escócia seria o "amigo mais próximo e aliado comprometido" do Reino Unido.
Salmond é líder do Partido Nacionalista Escocês (SNP), que conquistou o poder regional em 2011, o que levou o governo britânico a aceitar um acordo para realizar o histórico plebiscito.
Fonte: Folha.com
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