quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Em dia de debate na CNBB, Dilma defende 'reforçar' a família no Brasil

A presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, defendeu nesta terça-feira (16) que as famílias sejam “reforçadas” no Brasil. Dilma convidou jornalistas para entrevista coletiva no Palácio da Alvorada, residência ofical da Presidência da República, em Brasília, antes de embarcar para São Paulo, onde participa nesta noite de debate organizado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Aparecida (SP).
O meu governo tem a concepção de família que existe na realidade. Nós não definimos nenhuma forma de família nem temos a pretensão governamental de interferir em algo que é da sociedade."
Dilma Rousseff, presidente da República
e candidata à reeleição pelo PT
“Nós precisamos muito de reforçar a família no Brasil e reforçar a família é algo que permite que a gente tenha melhores valores, que a gente diminua o grau de violência e tenha uma sociedade mais democrática, porque a família é, sem sombra de dúvida, a grande unidade célula protetora da sociedade”, disse a presidente.

Questionada sobre qual é a concepção de família que tem, Dilma afirmou que o seu governo entende que as famílias são aquelas que existem na realidade. A presidente ressaltou que não pode decidir se as religiões devem casar “A ou B”.
“O meu governo tem a concepção de família que existe na realidade. Nós não definimos nenhuma forma de família nem temos a pretensão governamental de interferir em algo que é da sociedade. Nós aceitamos as famílias”, completou.
 
Debate
O debate promovido pela entidade ligada à Igreja Católica reunirá oito candidatos à Presidência da República. Além de Dilma, também devem participar os candidatos Marina Silva (PSB), Aécio Neves (PSDB), Pastor Everaldo (PSC), Eduardo Jorge (PV), José Maria Eymael (PSDC), Levy Fidelix (PRTB) e Luciana Genro (PSOL).
O debate da CNBB terá duas horas de duração e será dividido em blocos. Em dois deles, os candidatos terão de responder a perguntas relacionadas ao uso de células tronco embrionárias, à lei do aborto, saúde, reforma agrária, e questões ligadas à religião, entre outros temas. Os questionamentos serão feitos pelo arcebispo de Aparecida e presidente da CNBB, Dom Raymundo Damasceno, e por bispos convidados.

Marina Silva
Dilma também comentou, após ser questionada, sobre declaração de Marina Silva em que a candidata do PSB à Presidência da República afirmou que adversários fazem "marketing selvagem" na campanha. Marina disse que o "remédio" para esse tipo de marketing é o discernimento da sociedade. Ela afirmou que não "tem meios"  para explicar as críticas que recebe de Dilma Rousseff e do candidato do PSDB, Aécio Neves.
Questionada sobre as declarações de Marina, Dilma negou que haja “marketing selvagem” contra a candidata do PSB.
“Não acho [que haja]. Acho que poder ser que as pessoas não gostem do que falamos. Agora, é uma opinião e crime de opinião no Brasil é algo ultrapassado. Fui para a cadeia por crime de opinião e sei perfeitamente o que é democracia. Opinião é algo que deve ser acolhido”, rebateu Dilma.
Propaganda
Também nesta terça, o procurador-geral eleitoral, Rodrigo Janot, encaminhou parecer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no qualdefende a suspensão da propaganda da campanha de Dilma que critica as propostas de Marina de dar autonomia ao Banco Central. A peça publicitária foi questionada no TSE pela campanha do PSB.
“Cada um tem o direito de fazer sua parte, isso é democrático. Um procurador acha isso, outro acha aquilo. Estamos externando uma opinião e essa opinião tem que ser respeitada”, completou.
CPI da Petrobras
A presidente comentou ainda o depoimento que o ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa dará nesta quarta (17) à CPI mista que investiga denúncias de irregularidades na estatal. "Não temos a menor preocupação", concluiu a presidente, ao deixar a entrevista coletiva.

Relatório sobre a fome
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) divulgou relatório nesta terça na qual apontou que a pobreza diminuiu no Brasil de 24,3% da população para 8,4% entre 2001 e 2012, enquanto a pobreza extrema também caiu, de 14% para 3,5%.
Dilma comentou durante a entrevista o relatório e afirmou estar “muito feliz” com os resultados apontados pela FAO. Na avaliação da presidente, programas como o Bolsa Família, o Micro Empreendedor Individual (MEI) e a geração de 22 milhões de empregos nos últimos 12 anos contribuíram para melhorar o país.
“Tudo isso é importante porque mostra um outro perfil do Brasil. Eu acredito que uma característica principal da minha política econômica diante da crise internacional foi a defesa do emprego, do salário e da renda no Brasil. Esse fato é o fator decisivo para que nós não voltemos para o mapa da fome, assim como uma série de políticas adotadas, todas elas relacionadas à proteção social”, disse a presidente.
G1.com

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