A Praça da Gentilândia foi palco de nova manifestação de cearenses contra o golpe e a favor da democracia, na noite da última segunda-feira, 11/4. Após acordarem cedo para reforçar no aeroporto, às 4h30 da manhã, a luta contra a tentativa de as forças conservadoras retornarem ao poder, os cidadãos cearenses se reuniram na praça, no coração do Benfica, bairro historicamente ligado às grandes lutas populares, à educação, ao pensamento e à liberdade, para dizer "não" ao golpe e "sim" à democracia.
Animado ao som do samba "Não vai ter golpe", de Beth Carvalho, com seu refrão para cantar junto, "Reage, reage, meu povo", a manifestação contou com a participação de professores e estudantes da UFC, representantes de diversos movimentos sociais, sindicatos, associações, entidades comunitárias e de segmentos como os médicos e os artistas.
Também participaram parlamentares como os vereadores Deodato Ramalho, Guilherme Sampaio e Acrísio Sena, além do presidente estadual do PT, Francisco de Assis Diniz, de representantes do mandato do deputado federal Chico Lopes e de outros parlamentares da bancada cearense que votarão contra o impeachment, de partidos como PT e PCdoB, além do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-terra (MST), do presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT-CE), Will Pereira, dos Comunicadores pela Democracia, entre outros grupos. Todos reunidos na Frente Brasil Popular do Ceará, contra o golpe e pela democracia.
A cada momento mais gente chegava para participar do ato público, que contou com transmissão, via telão, de manifestação realizada no Rio de Janeiro, com participação do ex-presidente Lula e de artistas como o cantor e compositor Chico Buarque. A palavra também foi aberta para que os cearenses dissessem por que são contra o golpe. A ordem foi reforçar a mobilização e sensibilizar cada vez mais pessoas, na noite desta segunda-feira em que mais uma vez ficou clara (agora, com vazamento de áudios de whatsapp) a manipulação empreendida pelo vice-presidente Michel Temer (PMDB) para tentar assumir o poder, desrespeitando os mais de 54 milhões de brasileiros que votaram em Dilma.
A agenda de manifestações contra o golpe continua em Fortaleza, com atividades diárias, até domingo, data prevista, caso a Justiça não determine mudanças na agenda imposta pelo golpista presidente da Câmara Eduardo Cunha, para o final da votação da tentativa de impeachment. Na Gentilândia, o povo de Fortaleza mais uma vez se uniu ao som da palavra de ordem que expressa uma certeza a ser construída por cada brasileiro, na defesa da democracia: "Não vai ter golpe".
Novas manifestações contra o golpe
Na quarta-feira (13/04), a atividade será a partir das 17h, com bandeiraço no cruzamento da Avenida Historiador Raimundo Girão com Rua Idelfonso Albano. Após a concentração, segue a caminhada até o local do show do Alceu Valença. Já na sexta-feira (15/04), a concentração será às 15h, em frente ao Theatro José de Alencar. Os manifestantes sairão em cortejo pelas principais ruas do Centro, com Maracatus e Bandinhas, e encerramento na Praça do Ferreira.
Já no sábado (16/04), será iniciada a vigília na Avenida da Universidade, às 20h. A via será fechada do sinal do IDT até a Praça da Bandeira e deverá se estender até o domingo (17/04), data prevista para o encerramento da votação do impeachment na Câmara dos Deputados. Haverá transmissão, por meio de telões, da sessão de votação.
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