sábado, 30 de julho de 2016

Movimentos negro e de periferia lançam partido Frente Favela Brasil

Foi lançado oficialmente na quinta-feira (28) o partido Frente Favela Brasil, com uma festa no Morro da Providência, a primeira favela do país. O coordenador da Frente no Distrito Federal, Anderson Quack, disse que o partido nasce da necessidade de dar visibilidade e oportunidade às favelas e à população negra do país.
“Hoje temos 52% da população negra no país. Temos 15 milhões de favelados, somos do tamanho da Bolívia, dentro das favelas o nosso PIB [Produto Interno Bruto] equivale à economia do Paraguai e não temos a devida atenção dos Poderes Públicos de nenhuma esfera, nem na instância municipal, estadual, nem na federal e nem nas instâncias do Poder Legislativo, Judiciário nem Executivo.”
O lançamento de hoje é o primeiro passo para a formalização da legenda. Agora, será necessário apresentar a documentação ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), colher as assinaturas de apoio e formar os diretórios regionais. A Frente já tem representação nas 27 unidades da federação. Segundo Quack, o partido não é nem de esquerda nem direita. “Vamos para a frente. Nem esquerdista, nem direitista, favelista”, definiu.
Cufa
Um dos principais incentivadores da iniciativa é o fundador da organização não-governamental Central Única das Favelas (Cufa), Celso Athayde. A entidade não faz parte oficialmente do núcleo político da Frente, mas apoia o projeto.
Segundo Athayde, fundar um partido que represente os negros e as favelas vai além da ideia de disputar espaços e espaços de poder apenas pelo poder. “É o poder pela possibilidade de você transformar a vida das pessoas. Então, a gente não quer apenas uma caixinha, a gente acha importante a existência de um partido de negro, e que não tenha só negros, mas que também tenha favelados. Um partido com recorte e um viés étnico e racial, porque não tem só negros na favela, mas pessoas de todo tipo de etnia. A gente acha que se a gente se organiza, a gente não fica apenas votando nas pessoas que não tem compromisso conosco e vem apenas em época de campanha.”
Agência Brasil

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