O Município de Cedro, localizado na região  Centro-sul do Estado, passa por um de seus momentos mais difíceis. Sem uma delegacia de polícia,  cidadãos estão apavorados com o  tráfico de drogas, violência, assaltos e arrombamentos de residências. Medo,  insegurança e intranqüilidade caminham juntos em Cedro, enquanto a população se sente impotente para denunciar a violência. 
“Temos constatado a ocorrência de furtos de veículos, assaltos, homicídios, e, como se não bastasse, a ação dos bandidos já chegou à zona rural. Casas  estão sendo invadidas,  uma professora foi  recentemente violentada em plena luz do dia. Cedro virou rota do tráfico de maconha e cocaína na região,  onde quadrilhas organizadas monitoram a situação. Nos bairros,  moradores têm que pagar pedágios aos membros de quadrilhas”, denuncia o advogado Gildásio Oliveira Pinheiro, em conversa com a reportagem do JC. 
De acordo com o advogado a situação é complicada. “A cidade é rota do tráfico de drogas, pois,  diariamente podem ser observados pessoas vendendo  crack  e  maconha  em  pequenos quiosques que ficam no centro da cidade. Menores são aliciados, se tornam vendedores de drogas, está havendo a ramificação de quadrilhas”, afirma.
Outro problema vivido pela sociedade de Cedro é com relação ao aparato policial. Na cidade não existe uma Delegacia de Polícia, mas uma unidade policial que funciona de forma capenga e sem estrutura. No prédio, há fossas estouradas causando uma fedentina insuportável, banheiros interditados, sistema de fiação elétrica danificado, sistema  hidráulico comprometido,  o forro de gesso no gabinete do comandante da unidade está ameaçando cair sobre as pessoas.  Para complicar mais ainda a situação,  no período noturno a unidade fica sem energia elétrica, o único telefone que tem no local  é um orelhão e fica do lado de fora da unidade policial. 
Com uma população estimada em 30 mil habitantes, apenas três policiais fazem o trabalho de segurança na cidade. Atualmente, quem responde pela unidade policial e os inquéritos,  é um funcionário cedido pela Prefeitura Municipal. As ocorrências são feitas em veículos dos próprios policiais. 
O promotor de Justiça aposentado  José Mauricio Bezerra de Medeiros, em tom de revolta e indignação, afirma que “a cidade dorme e acorda com o clima do medo e de violência, estamos inseguros, e  está havendo uma omissão do Governo do Estado. É necessário que o governador libere imediatamente um maior número de contingente policial para Cedro,  além de recursos que  proporcione um melhor aparelhamento das polícias civil e militar”. Maurício Bezerra lembrou ainda que os inquéritos policiais para apuração de crimes não são instalados, devido a falta de um delegado. Para ele, “nos finais de semana, promotores  e juízes saem da cidade,  e a segurança fica ao Deus dará,  porque,  até o comandante do destacamento militar reside em Iguatu, e  a única delegacia regional de policia civil que a região dispõe fica em Icó,  e abrange mais 16 municípios. A impunidade tem prevalecido  a ponto de,  quando estes elementos cometem crimes, ficam impunes e livres,  passeando nas  ruas da cidade,  como se nada tivesse acontecido”, sentencia. 
O morador José Pereira da Silva, residente em um bairro periférico,  disse que não tem mais sossego com  a família. “Durmo e acordo preocupado,  temendo ser mais uma vítima,   porque aqui em Cedro, o que está prevalecendo é o medo. Estamos pagando pedágio  para poder sair  de casa e ir a qualquer outro local. Se não fizermos isto,  conforme ordenam,  somos mortos, e isso é revoltante”, avaliou. Pereira da Silva disse ainda que a população de Cedro se sente nas mãos dos bandidos.
A reportagem do JC entrou em contato  com a Secretaria de Segurança Pública, mas não recebeu nenhum comentário ou resposta sobre a situação de Cedro. Os policias sediados em Cedro, disseram que não  queriam se pronunciar sobre a situação. (Colaboração de Amaury Alencar). 
Jornal do Cariri
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