terça-feira, 13 de janeiro de 2009

CRÉDITO DO BNB TEM O MAIOR VOLUME DA HISTÓRIA

Edwirges Nogueira
Especial para o JC


O Banco do Nordeste do Brasil(BNB)teve o melhor desempenho de sua história em 2008. O anúncio do resultado positivo foi feito pelo presidente do órgão, Roberto Smith, durante entrevista coletiva realizada em Fortaleza na última quinta-feira(8). As aplicações financeiras cresceram 76,5% em relação ao ano de 2007, somando um total de R$ 13,2 bilhões contratados em todas as operações de crédito, tanto de curto como de longo prazo.

Mais da metade desse valor veio do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), recurso previsto na Constituição Federal que se destina ao desenvolvimento da região. Foram contratados R$ 7,6 bilhões em 2008, revelando uma expansão de 80,6% em relação ao ano anterior.

O desempenho do BNB, segundo Smith, faz parte do crescimento da economia brasileira e dos recursos que estão sendo disponibilizados para o Nordeste. “A gente viu crescer a massa salarial e a distribuição de renda. O crescimento do crédito corre em cima disso. A demanda se expandiu, fruto da euforia que existiu a nível internacional, mas que sofreu esse baque no mês de setembro”, explica o presidente, referindo-se à crise financeira internacional.

O Ceará também seguiu o ritmo positivo do BNB. O total aplicado passou de R$ 1 bilhão em 2007 para R$ 2,1 bilhões em 2008. Desse total, R$ 1,3 bilhão veio do FNE. A atuação das superintendências estaduais, inclusive, foi ressaltada por Smith. Segundo ele, os núcleos estiveram muito presentes na captação dos recursos.

Dos programas do BNB, o Crediamigo foi um dos que apresentaram melhores resultados. O programa, que é voltado para o desenvolvimento do setor microempresarial, cresce a cada ano, e em 2008, chegou a mais de R$ 1 bilhão contratados. “O Crediamigo cresce dentro de um padrão razoável de sustentabilidade decorrente da baixa inadimplência”, revela Smith. Atualmente, o Crediamigo conta com mais de 400 mil clientes e deverá operar também em favelas do Rio de Janeiro a partir deste ano.

Na contramão desse resultado, está o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), que, conforme as palavras de Smith, teve uma involução em relação a 2007, reduzindo em 37,5% os valores contratados. O desempenho, segundo ele, é reflexo do crescimento da inadimplência. “Percebemos que não adiantava fazer o Pronaf crescer muito se os níveis de inadimplência começavam a se tornar alarmantes. Estamos reconduzindo-o para um processo mais controlado. O importante é que o crédito tem que auxiliar as condições de produção e de vida daquele que contrata o crédito, e não deixá-lo na rua da amargura em função do endividamento e da má aplicação. Essa é uma retirada estratégica para voltarmos dentro de um padrão mais adequado ao desenvolvimento, atendimento e manutenção do homem no campo”, explicou o presidente.

BNB e a crise econômica

Roberto Smith disse que os efeitos da crise econômica internacional não foram sentidos no banco, mas o sentimento é de apreensão frente ao cenário. Por conta disso, o BNB deverá ter maior cuidado para manter bons níveis de adimplência. Segundo ele, a previsão de crescimento para 2009 é de 17%. “O banco deverá crescer com menos intensidade, mas se preparando para voltar a um crescimento mais intenso e, talvez, em melhores condições.”


Jornal do Cariri

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