O Município de Barbalha tem um grande desafio nos próximos quatro anos. O motivo de preocupação para o prefeito José Leite (PT), nos primeiros quinzes dias de sua gestão, é o déficit nos cofres públicos municipais, que já chegam a R$ 10 milhões.
Segundo uma auditoria recomendada pela Procuradoria Geral de Justiça (PGJ), a administração anterior deixou um débito junto a Companhia Energética do Ceará (Coelce), no valor de R$ 1,4 milhão por serviços prestados à prefeitura na gestão de Rommel Feijó (PTB), e não pagos. Junto ao Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS), Barbalha tem uma dívida acumulada nas administrações anteriores de R$ 8,5 milhões.
Os dados são considerados provisórios pelo prefeito José Leite. Segundo ele, os valores ainda irão aumentar “Esses são débitos preliminares. Tem credores ainda com cheques para receber de dezembro. Estamos fazendo um levantamento de informações porque não foram repassados valores no período de transição. Agora estamos fazendo um levantamento e iniciou-se uma auditoria. Tenho certeza que são muitas as pessoas que tem recursos que a prefeitura não honrou no ano passado, e que estão pendentes de pagamento”, afirmou José Leite.
As dificuldades não param por aí. Ainda de acordo com o José Leite, os salários de alguns servidores estão atrasados e o transporte escolar também está comprometido. O débito de R$ 260.000,00 com os fornecedores da merenda escolar prejudica a educação no Município.
Outra questão imprescindível é a quantidade de servidores públicos. Dos 50 mil habitantes de Barbalha, três mil são funcionários municipais. Sendo 1.600 efetivos. O atual administrador considera o número muito alto e acha necessário um corte de gastos. “Esta situação dificulta não só o pagamento dos servidores, o pagamento das despesas que são essenciais, mas também, impede que façamos investimentos. Vamos trabalhar os quatro primeiros meses em regime emergencial, fazendo o que não pode deixar de ser feito e buscar parcerias para que o município não seja penalizado”, disse o prefeito.
Para José Leite, algumas medidas foram tomadas para dificultar o trabalho da nova administração. Segundo ele, os arquivos de algumas secretarias encontram-se amontoados e misturados. “Já identificamos um local com móveis desmontados e uma quantidade enorme de remédios vencidos. Isso aí é dinheiro público que está indo embora”, afirmou.
Os valores da dívida com o INSS comprometem o desempenho administrativo de Barbalha. Alguns projetos que viriam beneficiar a população podem ser vetados por conta do débito, é o caso do projeto que vai trazer para a região do Cariri, a Central de Abastecimento e também, a construção da sede própria do INSS. “Temos diversos projetos encaminhado e que precisam de contrapartida, de doação de imóveis para serem implantados, e isso vai dificultar por conta disso aí” concluiu o prefeito, referindo-se a dívida com o INSS.
Ex-prefeito contesta acusações de dívidas
O ex-prefeito de Barbalha Rommel Feijó (PTB), disse à reportagem do JC, que as acusações feitas pelo atual prefeito são feitas de má fé. “Não existem esses débitos, se ele não sabe a verdade eu conto. Nós entramos na Justiça contra o INSS por que havia dívidas desde a gestão do ex-prefeito João Hilário, essas dívidas eram de R$ 7 milhões. Entramos na Justiça e vencemos, essa dívida não existem mais”, afirmou. Rommel Feijó disse ainda que em nenhum momento assinou um documento de confissão de dívida com o INSS, pois isso prejudicaria a cidade de Barbalha. “Ele (José Leite) não vai pagar nada, nós ganhamos a causa na Justiça”, falou Feijó, lembrando que o caso da Coelce é semelhante. Na gestão de Edmundo Sá, o prefeito contratou uma auditoria que concluiu que a Coelce estava recebendo mais dinheiro do que devia da iluminação pública. Na gestão de Feijó, ele entrou na Justiça contra a Coelce e venceu em todas as instâncias. “Vencemos inclusive na Agência Reguladora de Energia, em Brasília, portanto, essa dívida também não existe mais, pois sempre tivemos zelo com as finanças de Barbalha”, concluiu. Feijó disse ainda que com relação a pagamentos deixados para a próxima gestão, “isso é normal, acontece, tem pagamentos que são parcelados, então irão vencer na atual gestão, mas nada disso vai sufocar a gestão atual”,concluiu.
Jornal do Cariri
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