terça-feira, 14 de julho de 2009
Artigo: Ainda sobre o nosso parque de exposições do Crato
Há algumas semanas a população do Crato ficou em polvorosa com a notícia da possibilidade de transferência do nosso Parque de Exposições. Não se sabe quem foi, no dizer do governador Cid Gomes, o “espírito-de-porco” que inventou tal conversa. Chegaram ao ponto de achar que nosso parque seria transferido para a vizinha cidade de Juazeiro Norte. Um verdadeiro absurdo pensar algo assim, por mais espírito suíno que se possa ter.
Tomei a iniciativa de conversar com o secretário de desenvolvimento agrário, Camilo Santana, para beber de uma fonte confiável e este me informou que não existia nenhum projeto já definido para tal mudança, mas apenas a intenção do Governo do Estado de investir aqui na nossa cidade algo em torno vinte e cinco milhões de reais num projeto de construção de um novo parque. Disse ainda o Camilo que tudo seria discutido com a população cratense, em audiência pública, e que o povo
decidiria o local do novo parque. Chegou a dizer: “Se o povo do Crato decidir que o novo parque será construído no Lameiro, no Lameiro o parque será construído.” Eu já escrevi e publiquei um texto contando da minha conversa com o Camilo Santana e ao mesmo tempo solicitando calma aos mais exaltados, uma vez que o governo estadual estava acenando com dois grandes projetos para a nossa cidade. Já que a principal razão que motiva a suposta transferência do parque seria a utilização daquele espaço com a sonhada e necessária ampliação da Universidade Regional do Cariri – URCA.
Existem argumentos favoráveis tanto a permanência quanto a mudança do parque. A favor da permanecia existe a questão da tradição, a facilidade de acesso e o fato das maiores Exposições do Brasil terem seus parques localizados em regiões consideradas centrais. A favor da mudança pesa o próprio montante do projeto (25 milhões de reais), o fato do atual parque está ficando pequeno para comportar a grandeza da festa, um bom exemplo é a questão do estacionamento e dos banheiros públicos e também a informação de que alguns expositores não foram recebidos, agora em 2009, por absoluta falta de espaço para expor seus animais. Outro fato que também deve ser considerado é o período pós-exposição. Toda aquela vizinhança, incluindo o Hospital São Francisco, sofre muito no período do pós-festa com o mal cheiro que fica e com a proliferação de insetos, notadamente das moscas. É importante lembrar, ainda, que pra onde se levar o parque estaremos levando também o crescimento da cidade. Pra onde for a parque este dará surgimento a um novo bairro.
Mas o que me leva a novamente escrever sobre este assunto foi a forma pela qual o Excelentíssimo Senhor Governador do Estado, Cid Gomes, tentou tratar o tema. Primeiro: a população do Crato não foi avisada de que o assunto seria levado à votação. Segundo: não houve as necessárias explicações sobre o projeto, nem tão pouco o indispensável debate entre as pessoa contrárias e as favoráveis aos investimentos. Terceiro: a comissão formada, no calor do palanque, apenas pela livre iniciativa do Sr. Governador, na minha avaliação, sem querer desqualificar nenhum dos membros, precisa ser melhor discutida. Por último, determinar que apenas uma pessoa da imprensa ficaria autorizada a falar sobre as decisões da referida comissão formada foi, sem desconhecer a capacidade do escolhido, o ponto que culminou com a morte da réstia de democracia que havia naquele recinto. Considero o nosso governador uma pessoa séria e democrática, mas não posso concordar com nada daquilo que presenciamos. Foi uma verdadeira paulada na democracia e um infeliz exemplo de louvor ao centralismo. O nosso governador só podia estar brincando.
Valdetário Brito
Médico e membro do
diretório municipal do PT Crato
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