Segue abaixo entrevista com o pastor Elvis Clemente, presidente do Desafio Jovem em Crato.
Como está o desafio Jovem?
Nós temos hoje 10 internos, homens, mas temos também pessoas que são enviadas pela Justiça para prestar serviços comunitários ou penas alternativas. Estamos agora fazendo um trabalho com os familiares das pessoas que são usuários de drogas e estão conosco.
Quais as dificuldades para fazer esse trabalho?
Nossa principal deficiência é de pessoal envolvidas para trabalhar. A questão financeira é difícil, pois dependemos de doações. Daí por que a importância desse projeto com o Banco do Nordeste pois poderemos ampliar nossa visão trabalhando com as famílias, trabalhando com os internos mas também sonhando mais além , e um dos sonhos nossos é transformar o Hotel Tabajara(onde fica a sede do Desafio Jovem, no centro do Crato), em um espaço para cursos, capacitações, oficinas, criar um estacionamento e lava-jato para os internos trabalharem , montar um restaurante, tudo isso serve na terapia dos internos e também, na geração de emprego e renda para a nossa instituição. Outra dificuldade é com os internos quando saem. As dificuldades que eles encontram para se socializar, pois há muita resistência da sociedade ainda, em aceitar essas pessoas. Muitos não têm apoio familiar.
Há preconceito da sociedade?
Diria que há preconceito e receio das pessoas que ficam com medo dos internos ao saírem terem uma recaída, voltar às drogas. Fica muito aquela questão da recaída, pois há casos sim de pessoas que fazem toda a terapia conosco, mas após saírem retornam ao vício. Isso é um problema.
Fala um pouco desse projeto aprovado pelo BNB e apoio a iniciativas do Desafio Jovem
Com esse projeto nós podemos ter a terapia ocupacional para os internos e fazer uma série de cursos como horticultura, apicultura, a produção de galinha caipira e nós podemos também fazer um rodízio na questão da venda desses produtos e na manutenção da casa, além de ensinar uma profissão a cada interno. No Desafio temos ainda cursos de panificação, salgadeiro e confeiteiro. Esse projeto vai, enfim, gerar renda e recursos para a casa, que é importante, pois vivemos de doações.
Como foi esse contato com o BNB?
Foi através de uma parceria com o Instituto Oikos que nos ajudou a escrever os projetos, aí enviamos ao BNB e conseguimos o apoio financeiro para a manutenção da casa.
É permanente essa parceria?
Essa é uma parceria para iniciação dos projetos e agora, depende da gente correr atrás de parcerias para a continuidade do projeto.
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