segunda-feira, 8 de abril de 2013

20 ANOS DEPOIS JULGAMENTO DOS ACUSADOS PELAS 111 MORTES

Após mais de 20 anos da tragédia, começa hoje o julgamento dos acusados pelas mortes de 111 detentos na Casa de Detenção do Carandiru. O júri popular está marcado para as 9h no Fórum da Barra Funda, em São Paulo. O juiz designado para o caso é José Augusto Nardy Marzagão, da Vara do Júri de Santana.

Devido ao grande número de réus envolvidos, o julgamento será feito em etapas. A previsão é de que a primeira dure entre uma e duas semanas. Na primeira fase, 26 réus serão julgados (seriam 28 policiais, mas dois deles já morreram), aos quais são imputadas 15 acusações de homicídio qualificado. Serão julgados, no total, 79 policiais militares.

Os réus
Os réus que estarão sendo julgados agora são os policiais militares que entraram no segundo pavimento do presídio, onde foram mortos 15 detentos. O julgamento dos demais réus ainda não foi marcado, mas prevê-se que ainda haverá outros cinco ou seis blocos de julgamento. A expectativa é que novos julgamentos sejam marcados a cada três meses.

Hoje serão sorteados os sete jurados que vão compor o júri popular. Em casos mais comuns, são selecionados 25 para o sorteio. Mas, devido ao tamanho do julgamento, o juiz vai chamar 50 pessoas caso haja desistências.

A promotoria vai levar seis testemunhas para esta primeira fase de julgamento: quatro ex-presidiários e um agente penitenciário, todos testemunhas do massacre, além do perito criminal Osvaldo Negrini, autor do principal laudo sobre a morte dos presos. Ouvido no ano passado, por ocasião dos 20 anos da tragédia, o perito disse que nunca havia visto, durante sua carreira, “algo tão desumano”.

Já a defesa deverá levar o então governador de São Paulo Luiz Antônio Fleury Filho como uma das testemunhas, além do secretário de Segurança Pública à época, Pedro Franco de Campos, e três desembargadores que eram juízes criminais quando ocorreu o massacre.

Os promotores que vão trabalhar no caso são Fernando Pereira da Silva e Márcio Augusto Friggi de Carvalho. A defesa dos policiais será feita pela advogada Ieda Ribeiro de Souza.

Por quê

ENTENDA A NOTÍCIA

Segundo documento de 2000, da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), órgão ligado à Organização dos Estados Americanos (OEA), em 1992 havia superlotação no complexo do Carandiru, o que levou a uma rebelião de presos

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