quarta-feira, 24 de abril de 2013

POLÍTICA EM JUAZEIRO DO NORTE


Segue abaixo coluna do jornalista Donizete Arruda, no Jornal do Cariri desta semana.


Guerra familiar no clã Macedo
Em Juazeiro do Norte, o confronto entre herdeiros do prefeito Raimundo Macedo é assunto obrigatório em todas as rodas políticas da cidade. O primogênito Mauro Macedo perde espaço para o hábil e discreto segundo filho, Davi Macedo, o “Nego”. Incumbido de administrar as veleidades dos filhos, Raimundão tem podado cada vez mais os exageros de Mauro e reagido com rispidez à sua independência, avisando-o que ele foi eleito e manda no Governo. A contragosto, Mauro recua e responsabiliza o irmão por sua perda de influência, temendo até ser excluído do seu projeto político em 2014. Essa disputa se não for bem gerida, pode ter um final desagradável à uma família que pretende controlar a política juazeirense
pelos próximos oito anos.

Como rifar a candidatura do filho
Raimundo Macedo tem uma tarefa complicada. Está sendo convencido por dezenas de aliados de que a candidatura do filho Davi Macedo é bem mais fácil de emplacar e empolgar para deputado federal. E a um preço político bem menor. Eleger Mauro Macedo é um fardo mais pesado. O próprio Davi tem reconhecido isso em conversas públicas com setores organizados de Juazeiro e do Cariri. Esses políticos contrários a Mauro Macedo temem abordar Raimundão, mas falam que ele tem uma imagem
desgastada por seus problemas na Polícia Federal e as investigações com o Juaforró, além de sua comentada inabilidade no trato pessoal.

Davi já defende o próprio nome
Ciente de que precisa dar continuidade ao projeto político da família, Davi Macedo defende abertamente a sua candidatura à Câmara Federal, em detrimento do nome de seu irmão, Mauro Macedo. Suas resistências são menores e não há risco de, se for eleito, vir a perder o mandato no STF, como pode ocorrer com seu irmão se realmente forem comprovadas as denúncias pelas fraudes do Juaforró. Davi teme que a eleição de Mauro o exponha nacionalmente ao noticiário e acelere as investigações, levando-o a um julgamento e a uma condenação. Por isso, quer que Mauro desista a seu favor. No meio desse tiroteio, Raimundão ainda não decidiu se retira Mauro e lança Davi. Continua dividido e muito preocupado. Sabe que as ponderações de Davi fazem sentido. Porém, não quer interromper a iniciante carreira do filho Mauro Macedo.

Juazeiro vira um governo familiar

na semana que passou, uma demonstração de prestígio. E foi atendido, sem medo de implicar o pai em nepotismo. Sua mulher, Roberta Sampaio, mesmo sem comprovada experiência administrativa, ocupava a Secretaria de Desenvolvimento Social. Agora, foi nomeada para dirigir a Secretaria de Saúde. Na prática, Mauro Macedo controla essas duas pastas. Ciente da má repercussão, Raimundão rapidamente orientou sua assessoria de comunicação a distribuir uma nota dizendo que essa escolha é provisória.

Juaforró pode não ocorrer este ano
Enrolado com suspeitas de fraudes em edições do Juaforró, o empresário J. Rodrigues avisou ao secretario Mauro Macedo e a Raimundão não ter o menor interesse em organizar o evento este ano. O próprio Mauro
também quer distância do evento. E o pedido de demissão do secretário da Cultura, Welington Costa, teria a ver com sua oposição a forma de organizar a festa. Ele tem um nome a zelar e não queria correr riscos de
sujar sua história. Diante de tantas dificuldades, Raimundão avalia - com estiagem, calamidade pública e falta de recursos -, se o melhor não seria cancelar o evento. Caso queira fazer o Juaforró, Raimundão resolve fácil o imbroglio: convoca o MP a participar dos processos licitatórios.

Vira-casacas aguardam cargos
A semana passou e Raimundão não publicou no Diário Oficial a relação dos 96 cargos de seis vereadores do G11 que aceitaram mudar de lado. Para complicar, vereadores do G10, a base mal tratada do prefeito, se rebelaram, pois apoiam a gestão. Nada ganham, nada recebem. Nem promessas veem no horizonte. A relação de Raimundão com a Câmara só se complica apesar dele ter conquistado o apoio do presidente Antonio Lunga. Hoje, Lunga é um governista doente que não comanda nem influencia o Legislativo. Assim, mais atrapalha do que ajuda Raimundão.


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Deputado Perboyre Diógenes reassumiu na última terça-feira seu mandato na Asssembleia. Promete levar assuntos polêmicos à tribuna. Um deles, a violência contra a mulher no Cariri e os crimes insolúveis na região. Perboyare tem coragem.

O presidente da Comissão da Reforma do Código Penal, senador Eunício Oliveira, avalia promover debate sobre a mudança da maioridade penal e outros temas no Cariri.

Desculpe a ignorância, quem levará a melhor no confronto entre Davi e Mauro Macedo de olho na vaga da Câmara Federal?


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