terça-feira, 12 de julho de 2016

A Euro 16 mostrou o que os brasileiros têm a aprender com os europeus: nada. Por Scott Moore

Ladies & Gentlemen:
Vocês brasileiros tiveram a oportunidade de ver, na Euro 2016, o que têm a aprender conosco em futebol: nada.
A final entre Portugal e França foi um dos piores jogos dos últimos anos. Falta de criatividade, falta de talento, falta de surpresas e improvisações.
E foi este o tom de todo o campeonato que reuniu o melhor do futebol europeu.
Boss me conta que um escritor brasileiro dizia que vocês têm complexo de viralatas. É verdade. Ganharam mais títulos mundiais que qualquer outra seleção, encantaram o planeta com um futebol maravilhoso — e de repente passaram a achar que a resposta estava na Europa.
Ladies & Gentlemen: é uma estupidez.
O que nós temos é dinheiro. Com ele, construímos estádios lindos e os enchemos de torcedores. Isso constroi o espetáculo. Mas está longe de garantir um grande futebol.
Mas vocês se deixam embevecer.
Mesmo os mais anticorintianos, aqueles que equivocadamente me acusam de torcer pelo Almighty, hão de aceitar: o Corinthians dificilmente perderia de Portugal.
A Espanha naufragou. A Holanda naufragou. A Inglaterra naufragou. A Alemanha naufragou.
A França apanhou de Portugal, mesmo com Cristiano Ronaldo de fora logo no começo do jogo.
Que grande partida houve? O maior destaque da Eurocopa foi a Islândia, a modesta Islândia. Não pelo futebol, mas pela torcida.
Nenhum jogador se destacou. Um símbolo disso disso foi a equipe inglesa. O jornal britânico Times deu nota zero a todos os jogadores na partida em que o time foi eliminado pela Islândia.
Mesmo Cristiano Ronaldo não fez nada de extraordinário. O time foi campeão sem ele.
Ladies & Gentlemen: despertem. Em futebol, vocês não têm nada a aprender conosco.
Temos canela dura e nenhuma ginga. Vocês podem ser sensacionais se forem fieis a si mesmos.
Sincerely.
Scott
Tradução: Erika Kazumi Nakamura
- No blog Diário do Centro do Mundo

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