Evitando confronto direto com os partidos de influência do ex-presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e que também representam a base, o PMDB lançou Fábio Ramalho (MG) e Marcelo Castro (PI) no primeiro turno, concentrando seus votos nas duas candidaturas. Se comprometer com um dos dois nomes poderia, por parte do Palácio do Planalto, criar problemas com aliados.
Na disputa do segundo turno, o partido do governo manteve discrição ao liberar a bancada. Nos bastidores, porém, a preferência da maioria de peemedebistas era por Maia, por ele ser menos “imprevisível” no comando da Casa em relação a um nome do “centrão”, de influência direta de Eduardo Cunha.
Com discurso anti-Cunha, o deputado dos Democratas acabou ganhando apoio do PC do B, PDT e PR no segundo turno, abrindo larga vantagem contra Rosso na contagem final dos votos. O PT, que antes defendia acordo com o parlamentar, liberou a bancada.
Ao plenário, o presidente eleito criticou a condução da Casa nos últimos meses. “A prioridade hoje não é o plenário, a prioridade hoje são os interesses pessoais de dois ou três parlamentares”, disse.
O deputado prometeu diálogo com todas as forças da Casa legislativa. “Fui muito criticado no início porque dialogava com a esquerda. Essa Casa precisa de diálogo. Ninguém precisa ter um espaço maior que sua representação”.
Para o cientista político da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Paulo Baía, a eleição de Rodrigo Maia é um “paraíso” para a gestão interina do governo provisório de Michel Temer.
Aliado do governo, o presidente recém-eleito para o mandato tampão, segundo ele, não deve trazer problemas para o peemedebista, como atrasar votações ou deixar de pautar matérias de interesse do governo.
No entanto, ainda de acordo com o pesquisador, o cenário menos favorável para o Palácio do Planalto seria a eleição de Castro, pela proximidade com o Partido dos Trabalhadores - atualmente na oposição.
- Jornal O Povo
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