O ano que terminou teve um aumento de 100% no número de infrações aplicadas contra quem comete crime ambiental em relação a 2007, de acordo com dados do escritório regional do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), nesta cidade, que atende a dezenas de municípios nas regiões Centro-Sul, Salgado, Inhamuns, Sertão Central e Vale do Jaguaribe. As principais ocorrências são por transporte ilegal de madeira cerrada, estaca, lenha, pesca irregular, queimada e desmatamento.
No último mês, a preocupação do órgão esteve voltada para o aumento dos focos de queimadas tradicionalmente utilizadas pelos agricultores para o preparo das áreas de plantio. O cultivo de sequeiro, isto é, aquele que depende de chuva, começa, na região, a partir deste mês. “Infelizmente muitos produtores rurais ainda usam a queimada para a limpeza das terras agricultáveis”, observou o chefe do escritório regional do Ibama, nesta cidade, Fábio Lima Bandeira. “É uma ação que estraga o solo e traz sérios problemas para o meio ambiente”, alertou ele.
Rigor
Bandeira avalia que o aumento da fiscalização do órgão contribuiu para o acréscimo na estatística anual de registro de aplicação de autos de infrações. “Houve um resultado direto”, disse. “Mais fiscalização e maior número de multas e de apreensões de carradas de madeira transportada ilegalmente”, contou.
Para este ano, Fábio Bandeira promete manter o rigor da fiscalização, apesar do quadro de fiscais e a extensão da área de cobertura do escritório regional que atende a dezenas de municípios nas regiões Centro-Sul, Salgado, Inhamuns, Sertão Central e Vale do Jaguaribe. “Muitas vezes, o nosso trabalho se estende até a região do Cariri, no Sul do Estado do Ceará”, informou ele.
Infração
De acordo com os dados divulgados pelo escritório regional do Ibama, nesta cidade, em 2008, foram aplicados 44 autos de infração que resultou num valor total de R$ 794 mil. “As multas são por degradação ambiental, desmatamento, queimada, transporte ilegal de madeira cerrada (linha, caibro e ripa) utilizada largamente na construção civil, estaca, lenha, carvão e construção irregular de oito casas no açude público Puiú, no município de Parambu, em área de preservação permanente.
Os fiscais do escritório do Ibama embargaram ainda a construção de 49 chalés no Arajara Parque, no município de Barbalha, no Sul do Estado. Segundo Fábio Bandeira, as casas estavam sendo construídas numa área federal de preservação permanente, cujo projeto não tinha autorização do órgão de fiscalização. “As nossas ações têm o apoio da Companhia de Policiamento do Meio Ambiente”, ressaltou o fiscal Fábio Bandeira.
Apreensões
No ano de 2008, foram apreendidas nove carretas de madeira cerrada. Foram mais de 300 metros cúbicos de linha, caibro e ripa. “A ampla maioria é feita com o documento de origem florestal adulterado e falsificado”, explicou Bandeira. “Há casos em que os transportadores sequer dispõem da guia florestal”, disse.
As carradas de madeira cerrada são oriundas da região Norte, o que revela a intensa ação de desmatamento da Amazônia. Costumam entrar no Ceará a partir do município de Campos Sales e seguem pela rodovia CE-375, passando por Iguatu ou indo em direção a outros municípios, têm acesso aos Estados de Pernambuco, Paraíba e, também, Rio Grande do Norte.
Os fiscais do Ibama fizeram a apreensão de seis carretas de estacas de sabiá e uma de carvão, que vinha do Piauí para a cidade de Banabuiú. No período de defeso da água doce, de fevereiro a abril, no ano passado, o Ibama apreendeu uma tonelada de pescado, além de farto material de pesca. Os dados mostram ainda a apreensão de 150 aves silvestres.
A madeira apreendida é doada para instituições como Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), entidades públicas, igrejas, Prefeituras e Organizações Não Governamentais (ONGs).
Mais informações:
Escritório do Ibama, localizado no município de Iguatu
Região Centro-Sul do Estado do Ceará
(88) 3581.2349
Honório Barbosa
Repórter
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