terça-feira, 28 de abril de 2009

FEIJÃO

O Sindicato de Trabalhadores Rurais do Crato aponta que a perspectiva da safra agrícola, era que no mês de março, houvesse uma perda de 70% da produção, principalmente do milho, feijão e arroz. Nos três primeiros meses de 2009, choveu aproximadamente 700 milímetros, um número insuficiente, quando comparado a 2008, que choveu mais de mil milímetros.

Esses dados deixaram os agricultores da região pessimistas quanto ao inverno. Mas, as fortes chuvas de abril voltaram a animar os produtores de grãos. A preocupação agora diz respeito ao preço que caiu consideravelmente, principalmente, o feijão de corda. Muitos agricultores dos municípios de Brejo Santo, Porteiras, Milagres e Mauriti, maiores produtores de feijão da região, estão preferindo engordar o gado dentro das roças à colher a safra.

No Cariri, o preço da saca de feijão caiu em menos de uma semana, de R$ 70,00 para R$ 35,00. De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Crato, José Hildo, o agricultor gasta em média R$ 90,00 para colher cada saca de feijão. Para o sindicalista falta uma política de preço justo. Ele acredita que o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), do Governo Federal é a única saída para o produtor ter mercado garantido. O programa compra, além do feijão, outros produtos agrícolas como arroz, farinha e milho para serem destinados a escolas, creches, casas de idosos e outras instituições.

O agricultor e comerciante do município de Brejo Santo, José Bezerra, preferiu transformar suas 50 tarefas de feijão em pasto para o gado. Já Juarez Oliveira, agricultor da cidade de Mauriti, plantou mais milho do que feijão. Seu prejuízo pode ser menor, mas não está fora de risco, já que o preço do milho também está despencando. A saca de 60 kg do milho, que era vendida a R$ 35,00 baixou para R$ 20,00. No inverno passado, o Cariri produziu 270 mil toneladas de milho, 30% de toda a produção estadual. Estima-se que este ano, os produtores da região irão colher 10 % a mais, ou seja, 297 mil toneladas.

Jornal do Cariri
imagem: www.cliclicitacoes.com.br

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