segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Luizianne é presidente estadual do PT



Luizianne Lins já pode comemorar a vitória no Processo de Eleição Interno (PED) estadual do PT. Apesar de até o fechamento desta edição apenas 9% das urnas do Ceará estarem apuradas, a larga diferença entre os pontos já garantia a vitória. A única candidata de oposição, Zezé Moraes, havia conseguido apenas 1,88% dos votos, enquanto Luizianne emplacava 98,12%.

A nova presidente do PT estadual tem dois desafios na gestão (2010-2012): garantir no Ceará o palanque de Dilma Rousseff, pré-candidata à Presidência da República pelo PT, e assegurar a aliança com o governador Cid Gomes (PSB) na sucessão estadual do próximo ano.

Embora defenda o apoio à reeleição de Cid, Luzianne disse que respeitará a decisão do partido. ``Eu tenho minha posição pessoal. Mas tenho que acatar a maioria do partido. Ouvir outros companheiros. A decisão vai sair da composição de chapa que vai ser definida hoje``, ressalta.

O nome de Luizianne concentrou o apoio de seis das sete chapas que disputaram as eleições estaduais do PT. Mesmo unificadas, essas seis chapas disputam entre si o comando da Executiva do partido. Os quatros principais grupos no Estado são comandados por Luizianne, Ilário Marques, José Airton e José Guimarães. Cada qual encabeça uma chapa.

Com 9% dos votos apurados, a chapa de Guimarães, "Unidade que muda o Brasil``, detinha a imensa maioria de 78,75%, a de José Airton, "Movimento PT", atingia 10,76%, enquanto as demais não alcançavam sequer 5%.

No entanto, nos principais colégios eleitorais, Quixadá (reduto de Ilário), Icapuí (terra de José Airton) e Fortaleza, onde Luizianne possui mais força, os votos ainda não tinham sido apurados. Os grupos de Ilário e José Airton rejeitam o apoio à candidatura de Cid.

A candidata Zezé Moraes, também contrária ao nome de Cid, se lançou como uma opção de oposição, defendendo questões históricas do PT e o rompimento do partido com o PMDB, cogitado como vice de Dilma na Presidência.

Falta de debate
Para o deputado federal José Airton, o PED esgotou seu papel de mobilização da militância, e passou a ser um processo eleitoral comum, em que ganha quem consegue mobilizar mais cabos eleitorais. ``Houve um forte desvirtuamento, com o fortalecimento do poder econômico, no lugar do fortalecimento da base, da militância``, disse.

Já Ilário, da chapa "Militância Petista", disse que embora o PED tenha sido participativo, houve uma desmobilização pela política. "Houve falta de debate. A mobilização sem um debate leva a uma despolitização", pondera.

O deputado federal José Guimarães responsabiliza a ausência de debate à atual executiva do partido. "Quem é maioria na executiva é que teria a responsabilidade e que tem estabelecer as regras" justifica, atacando Ilário, atual presidente do PT-CE.

textos e imagem: Jornal O Povo

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