segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Um carro pelo preço de três


Kenneth Rapoza é um jornalista da revista americana Forbes. Foi ele o responsável por jogar um pouco mais de lenha na fogueira num assunto que mexe com muito mais do que o bolso do brasileiro. Por aqui, o carro de cada um é sinal de status. Os grandes, potentes e de marcas importadas costumam figurar entre os preferidos de quem quer mostrar que alcançou sucesso na vida. Pois foi essa sensação que Rapoza derrubou com o argumento de que os “brazukas” estão dando valor aos carros por conta dos altos preços, mas que esses altos preços só são praticados por aqui pela elevada carga de impostos.Pelas contas do jornalista, um Jeep Grand Cherokee que custa R$ 179 mil no Brasil sai por R$ 57 mil nos Estados Unidos e atinge um público bem diferente. O presidente da Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva), Flavio Padovan, justificou os valores com a incidência dos impostos. Padovan calcula que sobre o modelo incidem 35% de Imposto de Importação, 3% de despesas aduaneiras, 54% de ICMS e PIS/Cofins e outros 55% de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). O resultado é que o brasileiro paga o triplo do valor que o carro deveria custar. Para o vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, o problema básico quando se compara os preços dos carros no Brasil e fora daqui é a taxa de câmbio. “Em 2004, um veículo era importado por US$ 10 mil com o dólar a R$ 3. Hoje, esses valores são diferentes”, exemplifica. Ele ainda reforça o alto imposto cobrado na importação, mas lembra que o carro produzido em solo nacional ainda custa muito caro. “O Brasil ainda tem sérios problemas de logística e tem um custo de mão de obra dos mais caros do mundo”, cita.

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