quarta-feira, 3 de setembro de 2014

PT amplia a ofensiva contra candidata do PSB

Com o crescimento da ex-senadora Marina Silva (PSB) nas pesquisas de intenção de voto o partido da presidente Dilma Rousseff (PT) subiu o tom dos ataques à ex-correligionária, que foi ministra do Meio Ambiente durante o governo Lula. Ontem, o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), fez um discurso no qual chamou a candidata do PSB de "FHC de saias".
O senador petista acusou Marina de agir como um "pêndulo", que se bandeia para um lado e outro, e que "vai baixar a cabeça ao mercado financeiro, deixando a política neoliberal novamente aumentar juros e voltar a inflação".
O petista disse que Marina, se vencer, não teria "ninguém para governar". "Não teria base nesse Congresso, não teria aliados", afirmou. Costa criticou ainda a política de alianças, citando que, por um lado, recrimina apoio do PSB, mas o tesoureiro do partido é candidato a vice do governador tucano, Geraldo Alckmin.
O programa eleitoral de ontem na televisão também fez duras críticas a Marina. A propaganda da candidata citou o impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello, sugerindo o que pode acontecer quando se elegem "salvadores da pátria".
Segundo turno longo
Em reunião com o comando da campanha presidencial e Dilma Rousseff o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva avaliou, ontem, que o segundo turno será o mais "longo da história". Marina Silva é a principal adversária do PT na disputa presidencial, após ultrapassar o senador Aécio Neves (PSDB) nas pesquisas.
Diante do novo cenário, o QG dilmista já traça estratégias para enfrentar a rival no segundo turno. Segundo a reportagem apurou, a campanha de "desconstrução" de Marina Silva será explorada na propaganda de TV de Dilma.
No entanto, o PT não vai desqualificá-la pessoalmente. A campanha tem pesquisas qualitativas mostrando que a estratégia teria efeito reverso.
Lula
Petistas elogiaram, ontem, a espécie de "mea culpa" de Dilma nas considerações finais do debate realizado na segunda-feira (1º), quando a presidente admite que não está satisfeita com o governo, mas promete melhorar. A ideia foi a escolhida pela campanha para a fala de estreia de Lula no programa eleitoral, no último dia 19.
Dilma participou ontem da primeira caminhada ao lado de seu padrinho político em São Paulo. Em desfile em carro aberto, Dilma e Lula percorreram as ruas do centro de São Bernardo do Campo (SP). "Não temos duas escolhas. Nem uma e meia", disse Lula. "No dia 5 de outubro o que prevalecerá será a razão, o coração e o reconhecimento do povo brasileiro".
Antes da caminhada, Dilma, ainda sem o seu antecessor, concedeu uma coletiva na qual declarou: "Eu me preocupo com o projeto da Marina porque ela reduz a pó a política industrial". Para Dilma, o programa de Marina "tira o poder dos bancos públicos de participar do financiamento da indústria e da agricultura".
Diário do Nordeste

Nenhum comentário: