Artigo de Valdir Medeiros, sindicalista
Publicado no JC desta terça-fira, 26
O primeiro a ser terceirizado foi
o hospital São Lucas. Há mais de 40
anos, o Hospital São Lucas de Juazeiro
do Norte vem prestando serviço
aos municípios desta importante região
metropolitana do Cariri. Nesses
últimos anos, o hospital São Lucas
constituiu-se de referência da saúde
da mulher, tendo como relevância, o
atendimento às gestantes mais carentes
da cidade.
Hoje, esse mesmo equipamento
hospitalar está sendo conduzido
por uma empresa de gestão. O mais
interessante disso é lembrarmos
que o prefeito Raimundo Macedo
(PMDB), na campanha eleitoral,
havia prometido a construção de
um hospital municipal, no entanto,
está fechando e terceirizando os
que já existem. Recentemente, tivemos
também, o processo licitatório
do Hospital Municipal Governador
Tasso Jereissati. A pergunta que não
quer calar é: qual será o próximo o
hospital a ser terceirizado?
Nesse contexto, todo e qualquer
tipo de terceirização flexibiliza a relação
de trabalho. No caso específico
da proposta da prefeitura, embora a
administração coloque que é um novo
modelo de gestão, não passa de uma
terceirização disfarçada. Com a proposta,
o poder executivo municipal,
destina repasses três vezes maior do
que o valor que era investido na unidade
hospitalar.
Toda vez que o poder público deixa
de administrar os serviços para a população,
caracteriza-se por terceiriza-
ção, como por exemplo: O terminal rodoviário
de Juazeiro do Norte, que era
um bem público e foi entregue para
uma empresa privada administrar os
serviços. Lá, o contribuinte paga os
boletos em nome de uma empresa.
O histórico de alguns municípios
que enveredaram pelo mesmo caminho
da entrega dos equipamentos pú-
blicos não foi nada satisfatório para
o povo, que o diga o estado do Maranhão.
A mesma empresa que participou
do processo licitatório daqui, atualmente,
está sendo investigada por
fraudes em contratos de gestão.
Para os trabalhadores, não é nada
bom. Vai sempre existir uma barreira
entre o empregado e a empresa contratada.
Os direitos trabalhistas, nesse
caso, não são respeitados. Em alguns
episódios, a empresa contratada, recebe
o repasse mensal, mas demora a
efetuar o pagamento dos funcionários.
Nesta ocorrência, como forma de aumentar
os lucros, as empresas depositam
os repasses de cada mês em uma
conta bancária. E é assim que acontecem
os atrasos salariais.
Sendo assim, quem perde com
tudo isso é a população e o já fragilizado
trabalhador que necessita de
uma saúde plena e de qualidade. Por
isso, a palavra de ordem é lutar contra
essa afronta á população de Juazeiro
do Norte! Por esse fato, não podemos
permitir que o único hospital
infantil municipal seja futuramente
privatizado.
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