O prefeito de Juazeiro
do Norte, Raimundo
Antônio de
Macedo (PMDB) chega às
vésperas da sucessão municipal
envolvido em um verdadeiro
“mar de lama”. Sua
administração responde a
mais de 150 denúncias junto
aos órgãos de fiscalização
como Ministério Público do
Estado (MPCE) e Ministério Público Federal (MPF),
além de enfrentar 35 processos
no Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE).
Autor da maioria das denúncias,
o vereador Cláudio
Luz (PT), reclama da lentidão
da justiça quando o denunciado
é Raimundo Macedo.
Apesar da crítica do
parlamentar, o MPCE, através
da Procap (Procuradoria
de Justiça contra a Administração
Pública), colheu, em
maio deste ano, uma série de
depoimentos sobre investigações
em curso.
O órgão não fala sobre o
resultado dessas investigações, mas, há informações de
que servidores da atual administração
foram perguntados
sobre processos de doação de
terrenos e um possível crime
de extorsão. O grupo da
Procap, acompanhado pelo
promotor Silderlanio Nascimento,
investigou denúncias
do vereador Cláudio Luz.
Outra investigação da
Procap, em junho deste ano,
denunciou o prefeito Raimundo
Macedo por superfaturamento
em medicamentos,
gêneros alimentícios,
material médico-hospitalar,
combustível e material de
limpeza. Segundo a investigação
foram desviados mais
de R$ 209 mil.
Segundo a coordenadora
da Procap, procuradora de
justiça Vanja Fontenele, os
contratos foram legitimados
por um decreto de emergência,
que permitiu a contratação de empresas sem licitação e de idoneidade suspeita.
Para a equipe da Procap, não
há dúvidas de que o decreto
foi “fabricado” para direcionar
as contratações de interesse
da administração.
As duas investigações servem
de base para a informação de que haveria contra o
prefeito um pedido de prisão.
O provável pedido estaria
tramitando em segredo de
justiça e já estaria no poder
de uma das Varas da Comarca
de Juazeiro do Norte. Apesar
de não ser confirmada
pelos MPs, a notícia ganha
força e deve levar o PMDB
a se reunir para reavaliar a
permanência do prefeito no
páreo da sucessão.
Histórico
Com base em investigação do MPF, no ano de 2015,
Raimundo Macedo chegou a
ser afastado da Prefeitura por
45 dias por suspeita de desvio
de recursos na Secretaria de
Saúde. Apesar da consistência
das denúncias apresentadas
no relatório da equipe de
intervenção, o prefeito acabou
voltando para o cargo.
Desde junho de 2015,
os bens do prefeito estão
bloqueados. A decisão de
manter o bloqueio foi da 5ª
Câmara do Tribunal de Justiça
do Ceará (TJCE), para
assegurar o ressarcimento
de R$ 3 milhões aos cofres
públicos no caso do superfaturamento
na desapropriação de imóveis para viabilizar
as obras do Anel Viário
do município.
O bloqueio foi pedido
pelo juízo da 1ª Vara Civil
de Juazeiro do Norte, após
denúncia do MPCE. Na
época, a defesa do prefeito
alegou não ter havido a correta
avaliação dos imóveis
relacionados no processo,
que determinaram o valor
do bloqueio. Entre as principais
denúncias contra Raimundão
estão o desvio de dinheiro
público, improbidade
administrativa, fraude em licitação,
apropriação indébita
e formação de quadrilha.
- Jornal do Cariri
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