domingo, 27 de janeiro de 2008

BAIXA RASA : Romaria é realizada dentro de floresta

A romaria completa 205 anos e, cada vez mais, aumenta o número de fiéis. São pessoas que vão pagar promessas ou pedir graças na Cruz da Baixa Rasa, um local no meio da Floresta Nacional do Araripe (Flona). A peregrinação, que se realizada hoje, começa bem cedo com a procissão dos vaqueiros conduzindo o andor com a imagem de São José. Eles saem do bairro do Lameiro, no Crato, e percorrem cerca de 20 quilômetros até a Baixa Rasa. Ali tem a reza do terço e uma concelebração eucarística. A previsão é de que mais de três mil pessoas participem da romaria que faz parte do calendário religioso do Crato. A Cruz da Baixa Rasa é um pequeno cemitério com 12 cruzes, segundo José Wilson da Silva Gomes, um dos organizadores da romaria. Ele recorda que a mais conhecida história da devoção popular se refere à morte do vaqueiro Antônio Nascimento e de seu cavalo, na primeira metade do século XVIII. Perdido entre os 39 mil hectares da Flona, o vaqueiro morreu de fome, assim como o seu animal. Os dois foram encontrados debaixo de um pequizeiro. Foram enterrados e, no local, ergueram uma cruz. De acordo com José Wilson, as pessoas começaram a visitar o local e pedir intercessões. Outras pessoas foram enterradas formando o pequeno cemitério. "Quando cheguei aqui (no Crato), há quatro anos, para chefiar a Área de Proteção Ambiental da Flona era realizada a festa religiosa todo dia 25 de janeiro, mas para respeitar o Plano de Manejo da Floresta, tivemos que fazer algumas adequações", diz Jackson Antero. Ele informa que, em obediência ao Plano de Manejo, foi proibida a entrada de carros até a Baixa Rasa. Os veículos agora ficam a dois quilômetros do local. Só são permitidas a procissão dos vaqueiros, os veículos para levar as barracas dos comerciantes (no mínimo oito), do Corpo de Bombeiros, da Polícia Ambiental, do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama) e também do carro que conduz os padres que vão concelebrar a missa marcada para meio-dia. "Não é permitido também soltar fogos para não espantar os animais da Flona e também é proibido colocar som muito alto", acrescenta Jackson Antero. Ele diz ainda que, além dos fiéis do Crato e cidades vizinhas, há pessoas que chegam de cidades de Pernambuco e outros estados nordestinos.

Texto publicado na edição de sexta-feira, 25 de janeiro, no jornal O Povo falando sobre a festa da Santa Cruz da Baixa Rasa acontecida nas última sexta-feira.

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