As sociedades modernas estão em crise. Podemos ver sem dificuldade que a vida moderna caminha para um colapso global tanto no aspecto ecológico quanto moral e ideológico. E isso pode ser percebido na conduta e na fala dos nossos representantes e autoridades. Os discursos caminham para propostas contraditórias. De um lado aponta-se para um desenvolvimento tecnológico amplo e do outro escutamos o grito dos oprimidos e dos defensores da natureza nos alertando para o perigo de subestimarmos o poder da natureza na contramão do desenvolvimento material. Assim, os esforços de manter o progresso material a qualquer custo têm um apelo da sobrevivência para as benesses da vida capitalista ou socialista: assegurar o ritmo de produção e consumo para todos com as mesmas liberdades, oportunidades e igualdades de condições.
Nesse sentido, o que se caracteriza no cenário do futuro é uma crise e ruptura sem precedentes. De um lado as forças da natureza em desequilíbrio (aquecimento global, tsunami, desertos, furacões etc.) obrigarão ao homem escrever a história numa nova linguagem e sentido ecológico. E por outro a massa de oprimidos, excluídos, desempregados, refugiados da natureza e desabrigados formará um contingente de insatisfação tão grande que a força de sua dor e grito porá em perigo a estabilidade e soberania das nações desenvolvidas.
A questão passa por uma nova maneira de estar, ser e sobreviver no mundo. E a política terá que se transformar saindo dos discursos convenientes ou extremistas radicais para uma abordagem holística onde a ciência moderna deverá ser ouvida tanto quanto as antigas tradições espirituais e religiosas. Assim, de nada adiantará os esforços de fragmentação ideológica ou religiosa que o homem vem realizando nas diversas esferas de convivência social. Somente a união na busca de um sentido de unidade holística maior poderá ajudar o homem contra as perigosas forças sociais e ecológicas em curso.
Assim, ouvir os oprimidos e excluídos tanto quanto ouvir os discursos de alerta dos cientistas ecológicos é sensato e inteligente. O desafio é encontrar o equilíbrio entre as naturezas dos ambientes natural e social, e material e espiritual. Pois, um está ligado ao outro. O social está ligado ao ecológico (p.ex.: o desmatamento e queimada das florestas brasileiras) tanto quanto o material ao espiritual. É natural que esteja! O homem é parte da natureza na formação do ecossistema material e espiritual da terra. E não deve ser visto como algo diferente e indiferente a essa identidade holística e sagrada. Somos natureza também! Então, surge o desafio em se criar uma terceira via-vida política que não se deixe contaminar pelo extremismo do radicalismo de facções ditas “socialistas” ou “religiosas”, ou pelo corporativismo e conveniência do império capitalista que vê no mercado um deus todo poderoso que governa tudo pelas mãos corruptas endinheiradas.
As ideologias deverão buscar a ciência moderna (p.ex.: a nova abordagem da física quântica) como alicerce de suas premissas caso contrário elas ajudarão a tornar o mundo inabitável sem água para beber, sem ar para respirar, sem matérias-primas para se produzir, sem verdade para nos guiar, sem sensibilidade da alteridade para se compreender que somos irmãos espirituais - e não apenas grupos políticos (feudos ideológicos) em conflito de classe e de poder "ideo-ego-lógico"! A crise sai da esfera material e entra definitivamente na esfera espiritual. Um pensador afirmou no século passado: “O próximo século [XXI] será espiritual ou não será”. Amem. Amém! Esperem que vai acontecer - mesmo!: a evolução pelo amor ou pela dor!
Texto do Prof. URCA. Bernardo Melgaço da Silva – (88) 92019234 – bernardomelgaco@gmail.com
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