terça-feira, 9 de dezembro de 2008

FALTA DE CADEIA E POLICIAMENTO GERAM INSEGURANÇA EM AIUABA




A população do Município de Aiuaba, localizado na Região dos Inhamuns, reclama da falta de segurança pública e reivindica ao Governo do Estado a imediata construção de uma cadeia pública e melhores instalações para a Unidade Policial da cidade. Com cerca de 15 mil habitantes, Aiuaba tem uma unidade policial, improvisada como delegacia, que funciona em um prédio alugado e sem linha telefônica. Devido à desativação do presídio, os presos são tratados de forma desumana.

O comandante da unidade, subtenente J. Carlos, que mesmo com efetivo reduzido e sem condições de trabalho, já desarticulou várias quadrilhas que vinham agindo na região, acredita que devem acontecer melhorias na cadeia para que policiais tenham boas acomodações e os presos possam ser tratados de forma mais humana. Ele, porém ,não soube dizer quais e quando devem acontecer essas melhorias.

Atualmente, quando alguém é preso em Aiuaba, fica em uma cadeira, algemado e sem poder se mexer. Quando é feito um flagrante, a pessoa é conduzida à delegacia regional de Tauá, distante 80 quilômetros de Aiuaba, já que no município, não tem sequer uma cela para acomodar os presos. Após ser ouvido em Tauá, o preso fica no presídio de Arneiroz, distante 30 quilômetros de Aiuaba. Mesmo nas ocorrências mais simples, como um bêbado promovendo uma desordem, a polícia não tem para onde levá-lo.

Incomodado com a situação, o Juiz Cristiano Magalhães resolveu interditar o prédio onde antes funcionavam o presídio e o fórum da cidade. A iniciativa contou com apoio do Ministério Público. O prédio estava abandonando e com sua estrutura física completamente comprometida. Vazos sanitários destruídos, paredes com enormes rachaduras, portas, janelas e dobradiças quebradas, o sistema de fiação elétrica solto, além do forro de gesso cheio de buracos.

Para o juiz Cristiano Magalhães, o prédio não tinha mais condições de funcionamento. “A única alternativa foi a de interditar para proteger a sociedade”, afirmou. O Juiz Cristiano Magalhães diz ainda que “estou juntando todas as peças para que o Ministério Público possa ingressar com uma Ação Civil Pública contra o Governo do Estado para que o obrigue a encetar ou iniciar a construção de uma cadeia pública em Aiuaba”. O Governo do Estado, segundo o secretário de Justiça, Marcos Cals, estuda a aquisição de um imóvel para adaptá-lo a estrutura de uma cadeira pública.

A auxiliar de enfermagem Amélia Regina da Silva afirma que a falta de um presídio tem tirado o sossego das famílias. “Aqui acontecem casos que os policiais prendem e não tem para onde levar. Os presos ficam soltos e voltam a ficar na impunidade. Ninguém consegue ficar tranqüilo, todos temos medo, pois, estamos em uma cidade que, apesar de ser pacata, está insegura”, lamenta. O município tem um efetivo com sete homens e duas viaturas policiais.

Jornal do Cariri

Nenhum comentário: