Baldes e tambores vazios, torneiras secas na sede do município, crianças com desidratação, adultos tomando um banho por dia e racionamento no sistema de abastecimento da Cagece. Esses são alguns dos problemas enfrentados pelos 7.200 habitantes de Antonina do Norte, que passa uma das mais graves e profundas crises da abastecimento d’água de toda a sua história.
Para agravar ainda mais a situação, populares reclamam que estão comprando de carros pipas um balde d´’agua pelo valor de R$ 1,00, e o tambor por R$ 16,00. A água é conduzida de Santana do Cariri para Antonina do Norte e os moradores não têm como aferir a qualidade do produto.
Quando o carro pipa chega com a água nas residências, há uma verdadeira disputa entre os moradores. A água, mesmo comprada, tem sido insuficiente para suprir as necessidades de uma família básica, formada por quatro pessoas. Os pequenos açudes e reservatórios estão secando e a água acumulada é imprópria para consumo humano.
A falta de pastagens para o rebanho, que não tem mais onde comer em função da seca, já atinge os limites geográficos de Antonina do Norte. Para complicar ainda mais as dificuldades, na zona rural faltam cisternas para acumular água e a escassez se abate de forma cruel. Atualmente, apenas dois carros pipas abastecem 11 comunidades rurais.
A trabalhadora rural Antonia Pereira da Silva, residente no Sítio Pereiro, diz que todos os anos o drama das famílias sempre é o mesmo. “A seca em minha casa é normal. Sou eu e mais cinco filhos e não tem sequer uma gota d’água para beber. Os potes estão vazios, quando chega a água do carro pipa, já estamos com as mãos na cabeça, sem saber o que fazer, é desespero mesmo”, afirma desolada.
Já o aposentado José Galvanir da Silva, residente no bairro do Alto, lamenta a situação e diz que boa parte de seu salário, que recebe como aposentado, serve apenas para comprar água. Galvanir denúncia o comércio com a água. “Estão fazendo comércio com a água. Mesmo assim, ficamos dias sem água, pois só trazem duas vezes por semana. Na minha casa, as torneiras não têm uma gota, é muita aflição e desespero”, afirma..
Defesa Civil define situação como preocupante
A coordenadora da Defesa Civil do Município, Suely Alves Leite, destacou que a situação é preocupante, principalmente, na zona rural, onde 18 sítios e distritos já estão sendo atendidos com carros pipas. “Temos apenas dois carros pipas, o que é insuficiente para atender à demanda, tendo em vista que mais de 2.500 famílias, só da zona rural, foram atingidas pelo fantasma da seca”.
Para Suely Leite, a prefeitura já entrou em contato com o Governo do Estado. Técnicos da Defesa Civil do Estado estiveram em Antonina para fazer levantamento da capacidade de abastecimento do açude Várzea Nova, principal responsável pelo abastecimento da cidade, mas que está com sua capacidade reduzida.
O açude Várzea Nova, distante 12 quilômetros da sede, está com sua capacidade de armazenamento em apenas 20%. Se não chover nos próximos 30 dias, irá agravar ainda mais a situação da população de Antonina.
Até agora, o Município já gastou algo em torno de R$ 6 mil para manter os carros pipas abastecendo as comunidades. Suely diz ainda que a água já está sendo racionada, o que produz problemas para a população. Para ela, crianças e adultos são os mais penalizados. A onda de calor deixa crianças com problemas, como diarréias e dificuldades respiratórios.
O prefeito de Antonina do Norte, Iteildo Roque de Araújo (PSB), decretou estado de calamidade pública. Ele falou à reportagem do JC que os trabalhadores rurais e as pessoas que residem na cidade estão constantemente na porta da prefeitura e da própria Secretaria de Ação Social exigindo água para beber. O Governo do Estado ainda não deu respostas mais concretas ao sofrimento enfrentado pela população com a estiagem.
Jornal do Cariri
4 comentários:
Hora hora, o municipio está padecendo porque o prefeito Edison não cuda da cidade, é um irresponsável, carros pipas tem muitos agregados por pressos abusivos mais não abastese parte da população porque deu ordem para os motoristas não abastecerem as casas de quem não votaram nele, e a Suely, individua à quem vocês intrevistaram , está sendo investigada no roubo que ocorreu na sua adiministraçãao no bolça familha, ela está sendo acusada de roubar o bolça familha e usar isso para pedir votos para o edison ela dizia que quem votasse no edison receberia o bolça familha no dia certo mais quem não votosse nele ela cortaria, ela recebeu sem ordens centenas de bolças familhas de pobres que passam nesecidade, eu sou testemunha de varios casos
agua e dinheiroo municipio tem só falta mesmo é uma administração, de preferencia um prefeito que roube menos
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