terça-feira, 6 de janeiro de 2009
NOVO CD DE ABDORAL JAMACARU
Bárbara, novo CD de Abdoral, homenageia a
heroína da Confederação do Equador
O cantor Abdoral Jamacaru é oriundo de uma boa safra de cantores e compositores do Cariri, já fez trabalhos memoráveis, como “ O Peixe”, e no final do ano passado, lançou, na Mostra SESC Cariri de Cultura, seu terceiro CD, "Bárbara". Em seu novo trabalho, o público é brindado, em um repertório com 15 músicas, com um som que mistura as batidas do rock nordestino e nacional, e até mesmo com o forró pé-de-serra. As letras chamam atenção para a política e a história regionais, sem deixar de fora mensagens que pregam a conscientização ambiental.
A produção do novo disco foi, nas palavras do músico, uma "experiência ousada", pois o projeto contou com três meninos da Fundação Casa Grande, de Nova Olinda, com idade entre 16 e 21 anos, que, além de tocar, também participaram na feitura dos arranjos. Abdoral afirma ter apreciado a experiência: "eu sempre arrisco, mas gosto".
"Bárbara" é resultado do apanhado de composições do início da carreira do cantor até outras atuais. Nota-se uma forte presença de pianos e guitarras, mas os arranjos musicais chamam atenção pela sua simplicidade. O disco remete bastante ao estilo MPB, de Chico Buarque, como nas músicas "Minha", "Bárbara" e "Surpresa". Em outros momentos, usa um estilo bem regional, como na canção "Amor beato" e "Cantiga de coco para Azuleica e Asa Branca", já gravada em "O Peixe", ganhando um ritmo mais rústico nessa nova versão. Abdoral explica que regravou a música procurando se aproximar mais dos cantadores de coco: "No anterior, foi uma coisa mais arranjada, com instrumentos mais elaborados. Nesse aqui, coloquei um pouco mais de rusticidade, brincando com o ritmo".
Mantendo a linha dos dois CDs anteriores, "Bárbara" apresenta muitas letras revelando a preocupação do compositor com o meio ambiente, com destaque para a faixa "Vida". "Nós vivemos dentro de um planeta. Essa idéia que a gente mora em países, estados, cidades... Isso é tudo meio ilusório. Na verdade, o planeta é um só. E o homem é da mesma natureza. Não importa se ele é africano, asiático ou americano. As necessidades são as mesmas. Na música 'Vida', faço uma ode à vida, chamando atenção para isso. Eu digo que coabitamos todos juntos no planeta: eu, tu, ele, nós, vós, eles. Conjugo o verbo viver. Uma ode à vida".
As composições são carregadas de referências históricas e folclóricas, cada uma contando uma história diferente. "Tento expressar aquilo que penso, e que pode contribuir no sentido de dar um toque pras pessoas. A questão da absorção da mensagem vai depender de cada pessoa, do estado de espírito em que ela se encontra" responde Abdoral a respeito do uso da música como forma de conscientizar a população.
A canção que dá nome ao disco é uma homenagem a Bárbara de Alencar, uma mulher ousada e que causa grande admiração no cantor. "Ela comandou uma revolução de importância nacional, e colocou todos os filhos nessa luta. Me preocupa muito essa questão da memória dela, que é pouco reverenciada. Pouco se fala de Bárbara de Alencar. A história dela tem um sentido muito grande. Então, resolvi fazer uma música, um resumo de sua história e dar o nome dela ao título do CD, uma forma de agradecer o que ela fez nós, uma homenagem”, justifica.
Abdoral diz que não tem um estilo definido, pois suas músicas são resultado de várias influências musicais, atuais ou antigas. "Eu não defino a música entre tipos. A música para mim, como disse Gilberto Gil, só tem dois tipos: a boa e a ruim. Não importa que estilo seja. Toda música que eu faço, procuro fazer o melhor que posso", diz ele. A produção do CD "Bárbara" demorou dois anos, mas ele explica que o maior empecilho para seu trabalho foi a questão econômica: "Nós começamos a gravar, depois faltou dinheiro. Retomamos, mas faltou dinheiro de novo. É sempre muito difícil fazer um trabalho desse tipo. É preciso ter muita convicção do que quer fazer".
A heroína
Bárbara de Alencar (Exu, 11 de fevereiro de 1760 — Nova Roma, 1833) foi uma revolucionária da Revolução Pernambucana de 1817 e da Confederação do Equador. Mãe de José Martiniano de Alencar e Tristão Gonçalves também revolucionários. A heroína republicana nasceu na fazenda Caiçara de propriedade de seu avó Leonel Alencar Rego, patriarca da família Alencar. Adolescente, Bárbara mudou-se para a então vila do Crato, no Ceará, e casou com o comerciante português, José Gonçalves do Santos.Morreu depois de várias peregrinações em fuga da perseguição política em 1833 na cidade de Campos Sales, Ceará. Seu túmulo está em processo de tombamento. (fonte: Wikipédia)
Jornal do Cariri
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