sexta-feira, 15 de outubro de 2010
JOSÉ SERRA E A IMPRENSA
A imprensa brasileira não está perdida. Tem gente séria como Paulo Henrique Amorim e Luís Nassif. Dois grandes nomes que dignificam nossa imprensa. A mídia nacional, entretanto, não tem vergonha, e faz tudo para eleger José Serra. Porém, amigos leitores deste blog é preciso agora atenção. Algo de muito sério vem acontecendo e pouca gente percebe. Os que percebem fingem que não estão vendo. Tucanos, Democratas (demos) e os grandes conglomerados da mídia brasileira estão unidos para vencer as eleições, nem que seja na base do terror, intrigas, calúnias e mentiras. No texto abaixo, Paulo Henrique Amorim, denuncia José Serra, candidato a presidente pelo PSDB. Qualquer democrata, deve ler o texto do jornalista e ter em mente que não podemos aceitar na presidência um político que liga para proprietários de veículos de comunicação e pede a demissão de repórter que pergunta o que o político não quer. Isso é coisa da ditadura militar. Atenção, leia e tire suas conclusões.
Este modesto blogueiro foi um dos primeiros a denunciar que o Serra liga para os patrões e pede a cabeça de repórter que faz pergunta de que ele não gosta.
Este modesto blogueiro contou que, por duas vezes, ele ligou para o Presidente da Record e pediu a cabeça deste modesto blogueiro.
[Serra é o nosso Putin.
Ele gostava do tempo em que bastava dar três telefonemas para controlar o PiG (*): para o Dr Roberto (ou o Jorge Serpa, a quem ele também recorria com frequência); o “Seu” Frias, a quem dedicou uma ponte em São Paulo; e ao Ruy Mesquita (o Robert(o) Civita vinha no vácuo).
Foi assim que ele construiu uma reputação que não resistiu a uma campanha que o PiG (*) não consegue controlar mais, sozinho.
O Conversa Afiada defende a tese de que, sem o PiG (*), esses tucanos de São Paulo não passavam de Resende.
E Serra é o neo-Silvio Santos: um candidato a Presidente que só tem mídia.
Agora, como se sabe, o Serra deu para atacar jornalistas.
Em nome da liberdade de expressão, o Conversa Afiada tenta prestar um modesto serviço.
Um manual para jornalistas que vão entrevistar o Serra.
(Especialmente dedicado a mulheres repórteres, a quem ele dedica fúria especial. Ele parece preferir as que calam.)
Sugestão
# 1: Não se atemorize.
# 2: Tenha certeza de que há outros jornalistas em volta dele, munidos de câmera, máquina fotográfica, gravador ou celular – você vai precisar de testemunhas.
# 3: Não faça pergunta numa situação em que você esteja sozinho com ele.
# 4: Faça uma pergunta curta, direto ao ponto: “o senhor vai vender a Petrobrás ?”, por exemplo.
# 5: Não responda à pergunta que ele fizer. Esse é um dos truques dele. Ele tenta desqualificar a sua pergunta com outra pergunta: é isso o que o seu patrão quer saber ?; quem te disse isso ?; você realmente acredita nisso ?; quem te mandou fazer essa pergunta ?
Jamais responda ao Serra. Você não é candidato a nada. O candidato é ele; ele é quem tem que dar satisfações à sociedade.
# 6: Insista com a sua pergunta. Além de tentar desqualificar a sua pergunta, ele vai tentar não responder à sua pergunta.
# 7: Faça a sua pergunta até que ele responda.
# 8: Não se deixe encurralar pelos outros repórteres do PiG (*).
O Serra vai tentar desviar a entrevista para os repórteres que ele conhece e sabe que são do PiG (*) . É o pessoal que faz as perguntas do tipo “púlpito”.
# 9: Tenha uma segunda reposta na agulha: “o senhor vai esconder o Fernando Henrique da sua campanha, como fez o Alckmin em 2006 ?”
Se ele der uma resposta que não quer dizer nada sobre a Petrobrás, você terá essa do FHC na ponta da língua. Mas, insisto: faça a pergunta direto, curta e tão alto que os outros repórteres ouçam (e possam gravar, fotografar, filmar etc). Um exemplo: quando o delegado Bruno se deixou “surpreender” pelos repórteres do PiG (*) e divulgou as notas dos aloprados, um deles gravou a conversa do delegado com os repórteres e vazou para o Conversa Afiada. Quando você (e o Serra) menos espera, tem um aliado, ao lado.
# 10: Não se esqueça: ele foge. Um dos traços da personalidade do Serra é que ele é feroz quando percebe que o interlocutor está com medo. E, sobretudo, ele é valente pelas costas. Se você o enfrentar – ou seja, se não renunciar à função de repórter e insistir na pergunta – se você o enfrentar, ele foge. Não tenha medo dele.
Paulo Henrique Amorim
Em tempo: informa a Folha (**), página A6, que Teresa Cruvinel, presidente da Empresa Brasileira de Comunicação telefonou para a assessoria do candidato José Serra e pediu desculpas pelo repórter que perguntou se ele ia acabar com o Bolsa Família. Cruvinel comprometeu-se a produzir rapidamente um Manual de Redação. Provavelmente a notável jornalista Cruvinel nunca assistiu a uma entrevista coletiva nos Estados Unidos. Se tivesse, veria que, no episódio, o que cabe é uma notificação judicial contra o candidato, porque desrespeitou um jornalista profissional. Não é um Manual de Redação, não, Cruvinel, é um Manual de Bons Modos para o nosso Putin. Ele conseguiu o que queria: intimidar os teus repórteres.
(*)Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista
(**) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que avacalha o Presidente Lula por causa de um comercial de TV; que publica artigo sórdido de ex-militante do PT; e que é o que é, porque o dono é o que é ; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.
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