A Região Metropolitana do Cariri (RMC) foi o foco dos debates na manhã de ontem, durante encontro realizado na Universidade Regional do Cariri (URCA), com a presença dos gestores e representantes das nove cidades que formam a RMC. O evento contou com a presença da economista e socióloga Tânia Bacelar, que abriu na noite da última segunda-feira, o I Colóquio Sociedade, Políticas Públicas, Cultura e Desenvolvimento e XII Semana de Economia da URCA; da Reitora da URCA, Professora Otonite Cortez, o Vice-Reitor, Patrício Melo, e o Secretário das Cidades, Camilo Santana, além de estudiosos de áreas afins da Universidade.
O caráter de heterogeneidade da RMC foi um dos principais pontos abordados por Tânia Bacelar. Ela destacou o desenvolvimento das cidades de médio porte da região nos últimos anos, principalmente nos municípios com uma população acima de 100 mil habitantes, mas que não está dissociado da realidade nacional, em detrimento da estagnação no crescimento das grandes metrópoles.
Mas, Tânia Bacelar disse estar impressionada com o crescimento nos últimos anos de Juazeiro do Norte e da Região do Cariri. A economista utilizou dados do Produto Interno Bruto (PIB) de 2003, que equivalia a R$ 670 milhões, e cinco anos depois, em 2008, chegando a R$ 1 bilhão e 900 milhões. No caso de Sobral, na região Norte do Estado, durante o mesmo período houve um crescimento de 70%, ou seja, de R$ 1 bilhão para R$ 1 bilhão e 700 milhões. “Não dá para entender o que acontece aqui se não olharmos para o Brasil”, explica a especialista.
A economista ressaltou a importância de estratégias de desenvolvimento para a RMC, principalmente pensando setores básicos, como transporte e saneamento, já que atualmente existe a migração para as cidades de médio porte no Brasil. “Isso deve ser pensado nesse momento, já que a RMC tem cerca de 600 mil pessoas. Ainda não podemos falar dessa região como uma metrópole, mas com características, a exemplo da conurbação entre as cidades de Crato, Juazeiro e Barbalha”, explica.
O secretário das cidades destacou a importância de desenvolvimento da Região, mas com um planejamento prioritário, inicialmente voltado para setores como saúde e educação. O turismo foi apontado por Camilo com uma das soluções dentro do processo de desenvolvimento, mas de forma integrada. Citou também como importante meio de integração desse processo o Geopark Araripe, que está inserido em praticamente todas as cidades da RMC. Segundo Camilo, não há como pensar o desenvolvimento da região metropolitana de forma isolada, por cidade, mas envolvendo o conjunto com suas peculiaridades.
A Reitora da URCA destacou o encontro como de suma importância para debater as questões relacionadas ao desenvolvimento da região, além de propor um seminário na URCA para reunir gestores, inclusive com a abertura da Professora Tânia Bacelar. Otonite Cortez disse que esse evento poderia ser realizado no próximo ano, lançando num ano eleitoral uma reflexão para os novos administradores. Para Camilo Santana, a Universidade assume um papel fundamental dentro dessas discussões, propiciando abertura e levando o conhecimento técnico. Outra proposta debatida foi criar um órgão que possibilite uma integração maior das cidades que formam a RMC, o que poderia ser, em princípio, um conselho, formado por representantes das cidades que compõem a Região Metropolitana do Cariri (RMC).
Região Metropolitana do Cariri
A Região Metropolitana do Cariri (RMC) foi criada em 2009 e é constituída pelo agrupamento dos municípios de Juazeiro do Norte, Crato, Barbalha, Jardim, Missão Velha, Caririaçu, Farias Brito, Nova Olinda e Santana do Cariri para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.
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