sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Nestas eleições não venda seu voto. Mas, se vender não entregue a mercadoria





Todo ano eleitoral, instituições como a OAB e a CNBB fazem campanhas para que o eleitor valorize seu voto, votando em seus candidatos de forma consciente, sem vender o voto, sem trocar por favor, emprego ou qualquer benefício.

Infelizmente, uma parte considerável da população vê a eleição como uma espécie de balcão de negócios e aí a compra de votos acontece.

A população, parte dela necessitando de alguma coisa, acaba sendo vítima de políticos e até empresários gananciosos que terminam por transformar o voto numa mercadoria. Ao pagar, o político ou a pessoa que lhe deu o dinheiro ou o que seja lá o que for, já pagou o voto, portanto, vai fazer na prefeitura ou na Câmara municipal aquilo que achar que deve.

Quando o político é eleito comprando voto, ele praticamente comprou a eleição e a consciência do eleitor, portanto, o único compromisso desse político é com ele próprio e com quem o patrocinou, ou seja, com quem "arranjou" o dinheiro para a farra da compra de votos.

A compra de voto é quase uma instituição e é preciso combater.

Agora a pergunta que não quer calar: o político vigia o voto de quem comprou? Claro que não. Não há como. O que há é que ao comprar seu voto o político se considera dono dele e passa a pressionar pelo voto. Para garantir que no dia o que venceu entregue a mercadoria, ou seja, vote naquele político corruptor de votos.

Um fato que acontece é com as pessoas desavisadas, e nesse Brasil temos muitas. Aquelas que acham que o político compra o voto, anota seu título de eleitor e depois vai conferir se você votou. Tem gente que até hoje acredita nisso. Isso não pode acontecer pois no sistema de urna eletrônica não há registro de quem o eleitor votou. O registro é apenas que o eleitor compareceu nas urnas, não dá para saber em quem o eleitor votou, ou se votou branco ou se anulou o voto.

O certo é não vender o seu voto, mas se vender, não entregue a mercadoria, não vote em candidato que lhe oferece dinheiro ou vantagens.

Não vote em candidato que lhe oferece dentadura, tijolo, gás butano, picolé, dinheiro, emprego na prefeitura ou em qualquer outro lugar.

Não vote em candidato que lhe oferece favores, pois esse favor vai sair muito caro.

Se a sociedade vende ro voto nestas eleições municipais, em seguida, teremos gestores e vereadores sem compromisso com a sociedade, já que "pagaram" pelo voto.

O voto vendido se transforma em falta de medicamentos e médicos nos postos de saúde. se transforma em uma educação com professores mal remunerados e de péssima qualidade. Se transforma em lixões, ruas esburacadas, falta de luz, água, meio ambiente deficitário, falta de obras públicas importantes para a cidade.

Só para a gente ter ideia de como é a compra de voto, em pesquisas se chegou a conclusão que a ampla maioria das pessoas numa eleição é procurada por um político para vender seu voto. Imagine as propostas indecentes que as pessoas recebem.

O político que compra voto, não tem como lhe fiscalizar.

Repito: não venda o voto, mas se vender não entregue a mercadoria.

Não ajuda a eleger políticos que só se comprometem consigo mesmos e com seus patrocinadores.





Nenhum comentário: