terça-feira, 26 de agosto de 2008

CRATENSES FESTEJAM SUA PADROEIRA

Foi aberta na última sexta-feira, dia 22, a 240ª festa da Padroeira de Crato, Nossa Senhora da Penha. No próximo dia 1º haverá procissão solene pelas ruas centrais da cidade, com a segunda imagem venerada como padroeira dos católicos cratenses, a mesma que pontificou entre 1745 a 1938. Ao longo de sua história o Crato já venerou três imagens como padroeira. A primeira foi a estatueta conhecida como “Mãe do Belo Amor” que remonta à fundação da cidade, em 1740.

Segundo o historiador Armando Lopes Rafael, a imagem de Nossa Senhora da Penha, ora venerada no altar-mor da Catedral, é a terceira estátua reverenciada como padroeira de Crato. A escultura, com cerca de 1,80m foi esculpida em madeira e foi restaurada – por Maria Gabriella Federico – em 2006.

Esta imagem foi adquirida na Europa pelo primeiro bispo do Crato, dom Quintino Rodrigues de Oliveira e Silva, tendo chegado a esta cidade no ano de 1921. Uma curiosidade: quando da chegada desta imagem houve fortes e ostensivas reações de segmentos da comunidade cratense que não queriam ver a segunda imagem substituída pela nova. Segundo Armando, a prudência de dom Quintino o fez retardar a entronização da nova imagem na Matriz de Nossa Senhora da Penha. Dom Quintino faleceu em 1929 sem colocar a imagem na Sé Catedral. O segundo bispo do Crato, dom Francisco de Assis Pires, assumiu o bispado em 1932, mas aguardou mais sete anos para entronizar a terceira imagem da padroeira na Sé Catedral. Durante esses anos a imagem permaneceu guardada.

Sobre ela escreveu monsenhor Rubens Gondim Lóssio: “De tamanho bem maior que o natural, em atitude de quem aparece para defender o pastorzinho Simão, prosternado ao lado direito, enquanto o temível crocodilo se arrasta à esquerda, o vulto impressionante tem uma beleza encantadora. Trazida com dificuldades até esta Cidade Episcopal, teve a Imagem festiva recepção, em 1921, quando o povo acorreu ao seu encontro, na estrada do Buriti, onde se congregaram cerca de 30 zabumbas. Todavia, continuou ela guardada, até que, preparada a mentalidade do povo e feita a reforma da Capela-Mor por dom Francisco de Assis Pires, colocaram-na no altivo e gracioso nicho de onde preside às funções do Culto e aos destinos do Crato. No dia 1º de setembro de 1938, foi-lhe dada a bênção do Ritual e, a partir de então, não tem ela cessado de conceder a todos as maiores graças e as melhores bênçãos”.

Na abertura da programação referente às festividades de Nossa Senhora da Penha, a Diocese do Crato programou um evento na sexta-feira, com participação de grupos culturais e religiosos.

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