domingo, 5 de outubro de 2008

CENÁRIOS POLÍTICOS

Mesmo que não seja vitoriosa, Patrícia Saboya (PDT) tem mais dois anos pela frente como senadora da República. Nesse hipótese, o "porém" é que ela chegará em 2010 mais fraca para uma disputa eleitoral e poderá ter como destino a Assembléia Legislativa ou a Câmara dos Deputados, segundo fontes. Uma vitória, além do fortalecimento político dela, renderia vantagens para os tucanos - que enfim conseguiriam espaço político em Fortaleza -, para o deputado federal Ciro Gomes (PSB) e para a reeleição do senador Tasso Jereissati (PSDB).

"Se ela ganhar, ótimo, o partido terá espaço na Prefeitura. Se perder, a gente permanece como está, ausente, sem espaço", analisou um tucano que pediu para não ser identificado. Historicamente, o PSDB tem obtidos bons resultados no Interior do Estado e deixado a desejar na Capital.

Ciro Gomes foi o único tucano a administrar Fortaleza. Mas, quando foi eleito prefeito, estava no PMDB. Ingressou no tucanato para concorrer a governador, dois anos depois. Em 1992, Assis Machado concorreu e perdeu. Em 1996 foi a vez de Socorro França. Em 2000, Patrícia, candidata a prefeita de Fortaleza pelo PPS, com apoio tucano, também perdeu. Antônio Cambraia, hoje no PMDB, amargou o quarto lugar em 2004, também pelo PSDB.

A aposta é que a atual aliança PDT-PSDB, no entanto, seja apenas eleitoral. "PDT e PSDB provavelmente não estarão juntos nas eleições presidenciais. Isso pode fazer com que não estejamos juntos em 2010", avaliou o presidente estadual do PDT, André Figueiredo.

Outro pedetista, que pediu para não ser identificado, não acredita em fortalecimento da sigla. "A Patrícia esteve no PDT apenas para contemplar uma regra jurídico-eleitoral. O PDT era o charme do momento para angaria essa simpatia. Se ganha ela (Patrícia) vencer, ganha o PSDB. Patrícia é Tasso", analisou a fonte.

"Se ela perde, perde Ciro, Tasso e o PSDB, que está composto com ela. Perde o PDT, que descaracterizou-se. Foi a primeira campanha sem a rosa (símbolo do partido). O partido perdeu ideologicamente", avaliou a fonte.

Com a vitória de Patrícia, Ciro Gomes seria outro beneficiado. Ele negou-se apoiar Luizianne Lins (PT), como determinou seu partido, e partiu para a campanha corpo-a-corpo a favor da pedetista. A possível conquista da Prefeitura pela senadora poderá ser utilizada por ele - cotado para disputar a Presidência da República apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) - como exemplo de seu potencial eleitoral. Como tem projeção nacional, a derrota da candidata de Ciro poderá não atingi-lo de forma decisiva para 2010. (Daniel Sampaio)

Jornal O Povo

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