Mesmo tossindo, com a voz mais rouca que o habitual, a senadora Patrícia Saboya (PDT) falou muito. "A gente percebeu claramente que ele tomou a decisão de não ficar neutro. Eu imaginei que ele daria apoio, mas não que ele fosse ser a bengala política dela. Ele apareceu o tempo todo na campanha dela, o tempo todo". "Ele" é o governador Cid Gomes (PSB), ex-cunhado da pedetista. "Ela", a prefeita reeleita Luizianne Lins (PT), principal adversária nas eleições municipais deste ano. Uma semana e meia depois da derrota nas urnas, Patrícia declarou, ao site Ceará Agora, que fará oposição firme ao governo Cid Gomes. Na noite de ontem, em entrevista por telefone ao O POVO, a senadora reafirmou que está decepcionada com a postura adotada por Cid durante a disputa e avisou que, a partir de agora, será opositora do que chama de "grupo da unanimidade".
Uma das principais críticas de Patrícia diz respeito às tentativas de aglutinação política em torno do governador e da prefeita Luizianne. "Uma tentativa permanente de governar pela unanimidade", reclamou ela, que teve entre seus apoiadores o deputado federal Ciro Gomes (PSB), irmão de Cid, e o senador Tasso Jereissati (PSDB). A pedetista classificou a tática escolhida pelos adversários como "um jeito antigo de fazer política", voltando a atacar Luizianne com o mesmo discurso utilizado na campanha. "Acho que a postura dela não foi correta. Ela ficou numa política que há muito tempo a gente baniu. Ficou nessa história de mentira, de farsa, de dizer que tinha o Hospital da Mulher", disparou.
A retomada de um dos temas mais polêmicos da campanha deste ano fez Patrícia reivindicar o reconhecimento de sua colaboração no processo de liberação da verba destinada à obra. "O dinheiro do Hospital da Mulher é dinheiro meu, que eu ajudei a levar, atendendo ao governador e à prefeita", destacou a senadora ao O POVO, referindo-se à articulação que ela diz ter feito em Brasília para conseguir liberação de recursos.
Jornal O Povo
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