Deputados do PT e PSDB trocaram farpas durante toda a manhã de ontem na Assembléia Legislativa. O cenário para o embate foi a tribuna do Plenário 13 de Maio. Irritada com as declarações petistas a respeito do enfraquecimento do PSDB nas eleições e com questionamentos sobre possíveis alianças para o próximo pleito, a bancada tucana se uniu com uma finalidade: demonstrar maior força política que o PT. Os dois partidos querem ficar ao lado do Governador, mas querem exclusividade no palanque de Cid Gomes (PSB).
O desabafo do presidente estadual do Partido dos Trabalhadores, o prefeito de Quixadá, Ilário Marques, de que PT e PSDB não farão "acordo" para eleições de 2010 e o descontentamento da base tucana em relação ao apoio a Cid Gomes deu início à polêmica. Ilário acredita que a aliança entre Cid e Luizianne Lins (PT) tem sido positiva e que a base do Governador no próximo pleito precisa estar distante dos tucanos.
Incontidos, petistas e tucanos travaram na AL uma disputa por méritos políticos e econômicos a respeito das administrações dos partidos.Para o deputado Luiz Pontes (PSDB), "o PT tem uma qualidade muito boa de buscar dinheiro de várias maneiras, até na cueca". O Tucano declarou que Ilário nunca buscou desenvolvimento para o Ceará e disparou: "Ilário só está procurando desestabilização de Cid para buscar um cargo, mas o PSDB tem compromisso verdadeiro com o Estado".
Para o deputado Vasques Landim (PSDB), sua legenda foi a que mais elegeu políticos nessas eleições e isso mostra que o PSDB está vivo. "Nós ainda somos o partido mais forte do Ceará. A sucessão estadual tem que passar pelo PSDB e essa é a preocupação dos vermelhos", provocou o Deputado.
Segundo o líder da bancada tucana da Assembléia, deputado João Jaime, o objetivo de Ilário seria jogar-se no cenário político estadual, inclusive tentando prejudicar a base de apoio de Cid Gomes. Ilário já colocou seu nome à disposição do partido para disputar umas das vagas no Senado em 2010.
Enquanto a base tucana reclama a falta de petistas na Casa, o deputado Artur Bruno (PT) adentrou ao Plenário com sua defesa na ponta da língua. O Petista destacou o comprometimento social do PT em todo o Brasil sem esquecer-se de realçar a "visão neoliberal" do PSDB frente às questões do País. "Somos oposição e não vamos nos aliar ao PSDB. O Governador pensa a sua maneira. Nós somos aliados de Cid, mas temos nossa maneira de pensar. Qual o problema? Porque os tucanos estão tão assanhados?".
O Deputado petista declarou ainda que os dois partidos, assim como a água e o vinho, não se misturam por conta das "divergências nas práticas ideológicas e políticas. O mais derrotado das eleições desse ano no Ceará é o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE)". Ao concluir, Bruno ainda protestou: "o PSDB tem que ter humildade e analisar seus erros e mudar de postura".
De acordo com Ilário Marques, o posicionamento dos tucanos diante da recusa da aliança PT-PSDB revela que "a derrota política" eleitoral do PSDB está à vista e "salta aos olhos". Para o Petista, "o comportamento emocional dos tucanos frente às críticas significa uma "revolta dos derrotados".
» Um quer. Outro, não. Mais divergência, só que agora entre PSB e tucanato. Isso porque, de um lado, o deputado Sineval Roque, que é do partido do governador, defende que todos que apóiam Cid, inclusive o PSDB, devem continuar juntos no pleito majoritário de 2010. Do outro, o federal tucano Raimundo Gomes de Matos garante que sua sigla está forte o suficiente para correr rumo aos cargos de governador, senador e até de presidente dentro de dois anos.
Jornal O Estado
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