sábado, 11 de outubro de 2008

GREVE DO DETRAN

Os servidores do Departamento Estadual de Trânsito do Ceará (DETRAN) não conseguem um consenso para negociação entre categoria e Governo, entretanto, não admitem finalizar a greve, que já permanece há cinco dias. Os profissionais lutam pela implantação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS), mas o posicionamento de Cid Gomes (PSB) não admite negociações mediante greve. Representantes da categoria estiveram, ontem, na Assembléia em busca do apoio dos Parlamentares à causa. Nas galerias do Plenário, os servidores ouviram as promessas de engajamento na luta por vários deputados, que ressaltaram o alto percentual de arrecadação do órgão.

Segundo o deputado Ely Aguiar (PSDC), se houver boa vontade a questão pode ser solucionada. Para o Parlamentar, a paralisação do DETRAN causa prejuízo ao cidadão. O Governo do Estado não pode tratar o servidor como máquina. “Entre a categoria e o Governo, eu estarei com os servidores do DETRAN”, ressaltou Ely, que faz parte da base aliada de Cid.

De acordo com o deputado Artur Bruno (PT), o Governo Cid tem tido uma prática diferente das gestões anteriores. “Sei que ainda há necessidades, mas tem havido avanços para diversas categorias”, destacou o Petista. Bruno se declarou ainda solidário à greve e admitiu que o Executivo busca uma solução.

De acordo com o líder do Governo, Deputado Nelson Martins (PT), o PCCS reivindicado pelos servidores do DETRAN escapam à capacidade financeira do Executivo. Segundo Nelson, se atendidas as exigências da categoria o Estado teria que arcar com um aumento médio de 250% na folha do órgão, que soma atualmente R$ 1,2 milhão. Sob as vaias dos servidores, Nelson tentou explicar o posicionamento de Cid.

A primeira proposta do Governo prevê um aumento de 70% na diária dos servidores que trabalham em exames e que hoje custa R$ 19,00. O mesmo percentual foi sugerido para os profissionais que realizam blitzes, e que recebem de R$ 46,00 a R$ 120,00, a cada operação realizada. Outro ponto proposto seria a mudança no reajuste que hoje soma 60% para 80% em cima das gratificações de produtividade de todos os servidores da instituição. Nenhum dos itens foi aceito pela categoria.

Segundo a presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Área de Trânsito do Ceará (Sindetran), Eliene Uchoa, o órgão não pretende finalizar a greve até que o Governo sugira uma proposta que atenda as necessidades da categoria. “Quando estamos trabalhando as negociações não avançam, então vamos continuar em greve”, afirmou Eliene.

Jornal O Estado

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