quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

UM POUCO DA HISTÓRIA DE PONTA DA SERRA




Entremos agora no século XX, em um momento de muitas agitações na região do Cariri, principalmente, em Juazeiro do Norte com a polêmica IGREJA X PE CICERO causada pelo suposto milagre da hóstia sagrada que se transformava em um líquido avermelhado semelhante ao sangue humano, na boca da beata Maria de Araújo.

Devemos salientar que até o final do século XIX apenas as duas famílias primitivas residiam neste núcleo ( Os Bernardo Vieira e os Pereira da Silva ).

Três dos filhos do JOÃO CORREIA do Juá decidem se casar com filhos do JOSÉ BERNARDO. O filho mais velho constrói sua casa no núcleo e os outros dois, no sítio Juá.

Neste início do novo século, começam a chegar outras famílias, fugidas das regiões mais secas que haviam sido castigadas pela grande seca de 1877 a 1879, e que aqui aportaram atraídos pela fertilidade do Vale dos Carás e também pelo motivo religioso visto que a localidade já contava com a sua capelinha, onde os padres celebravam a santa missa todos os meses, e começam a construir suas casas ao redor do núcleo.

Na primeira década do século XX já podemos contar com a presença da três famílias aqui já citadas, como também, dos ANTES PORTÃO DE SOUZA, DOS PAES BARRETO E DOS NOGUEIRA DA COSTA, famílias estas que se entrelaçaram, formando uma imensa prole.
As missas continuam acontecendo, sempre aos domingos, de mês em mês e assim vai aumentando o aglomerado de famílias em volta da casinha de oração.

Em 1907 o JOSÉ BERNARDO VIEIRA morre, deixando a sua filha caçula, Tereza, conhecida por TÊTA, com apenas 7 anos de vida. Esta foi das filhas a que mais se destacou pelos relevantes serviços prestados à Igreja, em Ponta da Serra, desde a CASINHA DE ORAÇÃO até o ano de 1941, quando engravida de sua única filha, Socorro. Devemos salientar que a contribuição dada por Têta á Ponta da Serra não se pode relatar em tão pequeno espaço.

Durante a segunda década do século XX , chegam OS CORREIA HOLANDA E OS XENOFONTES DE OLIVEIRA e adquirem partes desta propriedade antes pertencente ao major Eufrásio de Brito. Por iniciativa de DANIEL XENOFONTE foi fundada, no ano de l9l7, a Irmandade de São Vicente de Paula, tendo como local de reuniões o espaço da Casinha de Oração, sempre aos domingos. No ano de 1924, dois senhores se destacaram no povoado de Ponta da Serra, foram eles, os professores voluntários MANUEL PEREIRA DA SILVA E ANTONIO GOMES DE MELO.

Em 1929, o município contrata a sra. LUIZA COIMBRA LOPES, conhecida por Professora Yayá,(a primeira professora diplomada) para lecionar nesta comunidade que agora já conta com mais algumas famílias, tais como, OS RIBEIRO DE MATOS, OS VALDEVINO DE BRITO, OS FERREIRA LEITE E OS SOUZA BRASIL. Neste mesmo ano, segundo JOSÉ VALDEVINO DE BRITO, em artigo ao Jornal A AÇÃO, de l7 de fevereiro de l943, chega aqui em Ponta da Serra o Sr. Moisés Xenofonte, trazendo consigo a idéia de construção de uma capela com maiores estruturas para acomodar melhor todos os fiéis. E assim, após o convencimento dos moradores e a concordância do Mons ASSIS FEITOSA, é lançada a campanha pró-construção da capela, tendo sido dado início aos trabalhos ainda no ano de 1929.

Embora a população estivesse passando por momentos de muitas dificuldades pelo motivo dos fracos invernos, não desanimaram e ,em regime de mutirão, conseguiram erigir a nova capela, num terreno doado pela sra. ANTONIA CORREIA HOLANDA e pelo O SR. LIBERALINO FERREIRA LEITE . E assim, no dia 25 de dezembro de 1930 era celebrada pelo Mons Assis, a missa inaugural da nova capela de São José. Segundo informações dos mais velhos, nesta época da construção da capela, havia no pequeno núcleo pouquíssimas casas, pois, somente no ano de 1932, ano de uma grande seca, é que surgiram mais algumas residências e prédios comerciais. Surgem, então, os primeiros comerciantes nas figuras dos senhores RAIMUNDO RIBEIRO DE MATOS e VICENTE JOSÉ DE LIMA. Nessas alturas, o povoado já conta com aproximadamente 12 prédios.

Segundo, ainda, Zé Valdevino, no referido artigo, diz também que no ano de 1943 o povoado já contava com 30 prédios particulares. Deste período aqui já referido até o dia da sua emancipação à categoria de Distrito, um fato é digno de registro, trata-se da construção do Cemitério Público, nos anos de 1951 a 1952. Não podemos deixar de dizer que durante todo este período as grandes festas de São José eram motivos de muita animação, como ainda hoje.




fonte: blog da Ponta da Serra

Um comentário:

Antonio Correia Lima disse...

Olá Tarso, recebí neste final de semana uma equipe da FGF( Faculdade Integrada da Grande Fortaleza que veio fazer um trabalho para o MEC. Continuo com problema no sistema. Amanhã preparo uma matéria pro nosso blog e te enviarei uma cópia. Abraços