terça-feira, 21 de abril de 2009

ABAIARA: AGROPECUARISTA DENUNCIA PREFEITO E DIZ QUE FOI ACUSADO INJUSTAMENTE

Quem não deve não teme. Foi com esse adágio e com esse pensamento que o agropecuarista Paulo Roberto Sampaio, apontado pelo deputado estadual Perboyre Diógenes (PSL) como autor de um atentado contra o prefeito do Município de Abaiara, Chico Sampaio (PSDB), se preveniu e agiu para mostrar o que insistiu em afirmar, por meio das palavras do seu pai, ex-deputado e ex-prefeito de Juazeiro, Mauro Sampaio: a sua inocência nesse caso. Ao Jornal do Cariri, coube o papel e o compromisso com os seus leitores e a sociedade de informar, relatar os fatos e ouvir os lados envolvidos na denúncia. Como o assunto gerou muita polêmica, preocupação e um clima de insegurança com supostas ameaças, o JC, mais uma vez, cumpriu o papel de investigar e, nesta edição, traz um novo capítulo da denúncia sobre um suposto atentado.

Durante a semana, o deputado estadual Perboyre Diógenes, que, em entrevista gravada, usou duros palavras contra o agropecuarista Paulo Roberto, optou pelo silêncio. O silêncio de quem nada tinha a falar ou de que, por arrependimento, optou pela omissão diante do que ele mesmo classificou como uma tentativa de homicídio. Diógenes não fez o pronunciamento na Assembléia Legislativa, como havia prometido, nem levou à denúncia aos Secretários de Segurança Pública, Roberto Monteiro, e de Justiça, Marcos Cals. A mesma postura foi adotada pela suposta vítima do atentado, o prefeito de Abaiara, Chico Sampaio. Chico foi procurado, nos últimos 10 dias, pela reportagem do JC, mas sempre, entre os seus assessores, havia a desculpa que ele (Chico Sampaio) não se encontrava ou não poderia atender.

O compromisso do JC de bem informar aos seus leitores prevaleceu: a nossa equipe se deslocou a Abaiara para tentar entrevistar o prefeito Chico Sampaio, assim como acompanhar o depoimento de Paulo Roberto ao Ministério Público Estadual. Fomos à Prefeitura e lá disseram que o prefeito estava viajan do. Inconformadas com a resposta, insistimos, por telefone, em falar com o prefeito Chico Sampaio. Em uma das ligações, uma pessoa atendeu e disse que iria passar para o prefeito. Logo em seguida, a mesma pessoa afirmou que o prefeito estava viajando. Essa foi a peregrinação da nossa reportagem para conseguir ouvir um personagem envolvido em um atentado, ou melhor, em um suposto atentado.

Em Abaiara, a reportagem acompanhou o depoimento do agropecuarista Paulo Roberto e entrevistou o promotor Emílio Timbó Tahim. Ele explicou que foi procurado pelo agropecuarista Paulo Roberto Sampaio, e ouviu as denúncias feitas contra o prefeito Chico Sampaio. Timbó orientou o agropecuarista a fazer um Boletim de Ocorrências (BO) na Polícia Civil, o que foi feito por Paulo Roberto. O promotor aguarda agora que a Polícia envie o procedimento ao Ministério Público para abrir o inquérito baseado nas acusações feitas pelo agropecuarista contra o prefeito Chico Sampaio.

Agropecuarista se defende e estranha atitude do prefeito

O agropecuarista Paulo Roberto Sampaio, o Paulinho Ceará, conversou com a reportagem do JC, se defendeu da acusação de atentado contra o prefeito de Abaiara, Chico Sampaio, afirmou nada ter acontecido. Paulinho contou que estava no meio da pista por conta da situação deteriorada da estrada vicinal, localizada em um distrito de Abaiara. E o prefeito, que vinha atrás do seu veículo, interpretou que ele estaria fechando o carro pra impedí-lo de passar.

"Quando eu olhei pelo retrovisor para ver se vinha algum carro, imediatamente, escutei a buzina, e era um carro preto. Até então eu não sabia que era ele (Chico Sampaio). Aí, eu imediatamente tirei o caminhão para minha mão e afastei o carro e ele passou. Quando ele passou, começou a fazer um ziguezague na minha frente, pisando no freio, e com a mão do lado de fora mostrando agressividade", relatou o agropecuarista, logo após prestar depoimento ao promotor de Justiça de Abaiara, Emílio Timbó Tahim.

Paulo disse ainda que o prefeito Chico Sampaio, quando conseguiu ultrapassar, colocou o carro na transversal obrigando-o a parar. "Ele parou e cruzou o carro na estrada, na transversal e só dava para passar carro pequeno. Aí ele desceu e foi nessa hora que eu vi que era Chico Sampaio. Ele estava muito agressivo, veio em direção do meu carro dizendo que eu tinha fechado o carro dele e tentado matá-lo e repetia várias vezes que ele era o prefeito da cidade", relatou.

Segundo ainda o agropecuarista, não houve atentado. "Não entendo porque isso aconteceu. Nós éramos amigos e aliados, mas mudei de partido por não concordar com algumas coisas. Mas, por causa de divergências políticas, nunca imaginei que ele iria agir desta forma", ressaltou Paulo, dizendo que na época da campanha política, recebeu ameaças de pessoas que trabalhavam com o prefeito, por conta de alguns discursos em que ele se pronunciou contra a administração. Mas, segundo ele, nunca falou de Chico como pessoa, e sim da administração.

Paulo disse que não espera muita coisa daqui para frente, apenas que o prefeito não tome mais tais atitudes. "Eu já me dirigir à Justiça, comuniquei o que aconteceu. E eu só espero que ele não volte a fazer o que ele fez. Só isso. Que ele crie juízo", concluiu.

Jornal do Cariri

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