PROBLEMAS DA ÁGUA EM FARIAS BRITO

A qualidade da água que abastece o município de Farias Brito tem deixado os moradores apreensivos. Populares reclamam a sujeira e o alto teor de ferro contido nas águas que saem pelas torneiras. O problema foi tema de uma audiência pública realizada recentemente, na Câmara Municipal da cidade. A água é gerenciada pela Companhia de Água e Esgoto do Ceará (CAGECE) e tem causado problemas à saúde pública. Alguns moradores já foram hospitalizados nas unidades de saúde municipais.


O vereador Francisco Pereira de Oliveira (DEM), disse que a discussão sobre a qualidade da água fornecida em Farias Brito, sensibilizou o poder legislativo, tendo em vista que o problema já existe há mais de 90 dias. “Foi encaminhado um ofício a direção da CAGECE pedindo explicações sobre o problema. Crianças, jovens e adultos estão sofrendo as conseqüências. É necessário comprar água mineral. Muita gente vai pegar o líquido no Crato, a 45 km de Farias Brito”, ressaltou o vereador.

O funcionário público Antonio Jairo de Oliveira, que trabalha no Hospital Municipal, aponta o aumento das internações como conseqüência da má qualidade da água. “Estão brincando com a saúde da população”, afirma Oliveira. Segundo a dona de casa Vanusa de Amorim Mendes, muita gente já pegou doenças como micoses, bronquite e verminoses. “Todos os dias temos que fazer um esforço e comprar água mineral para não consumir a água contaminada. Se não comprarmos, iremos morrer de sede”, criticou a moradora.

A promotora de Justiça da Comarca de Farias Brito, Iáscara Lacerda Cabral, informou que em relação à qualidade da água fornecida pela CAGECE, o Ministério Público já tem conhecimento do problema porque a água está apresentando uma coloração escura. “Já fomos cobrados pela Prefeitura Municipal e iremos chamar os representantes da CAGECE para o cumprimento de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). Caso persista o problema, a empresa poderá responder por uma ação civil pública”, esclarece a promotora.

De acordo com o técnico operacional da CAGECE, José Mário Gomes, a manutenção é feita pela empresa a cada três meses, e na última delas, foi detectado um problema em uma das bombas de abastecimento. Para não comprometer o fornecimento da cidade, outro poço foi ativado. “O segundo poço tem quantidade de dióxido de ferro em excesso. Com o conserto da primeira bomba, o poço reserva será desativado ou pelo menos, a vazão será diminuída, baixando para índices toleráveis de consumo, o teor de ferro na água de Farias Brito”, afirmou. Para José Mário, o conserto está demorando por conta do aumento no volume de água do Rio Cariús. Mas, de acordo com ele, o problema será solucionado o mais breve possível.




Jornal do Cariri