quinta-feira, 21 de março de 2013

CORPO DE EMÍLIO SANTIAGO SERÁ ENTERRADO HOJE

Morreu, às 6h30 de ontem, o cantor Emílio Santiago. Ele estava internado na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Samaritano, em Botafogo, na zona sul do Rio de Janeiro, desde o dia 7 de março, após sofrer um acidente vascular cerebral isquêmico, em que não há hemorragia.

 
Ele sentiu-se mal e foi encontrado na sua cobertura, no Flamengo, zona sul, por uma empregada. A morte foi em decorrência de complicações do acidente vascular.

O corpo está sendo velado na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, com a presença de diversos artistas, como Alcione, Elba Ramalho, Nana Caymmi, entre outros. O enterro será hoje, ao lado do túmulo da mãe, Ercília, no Cemitério Memorial do Carmo, na zona portuária.

Carreira
Emílio Santiago começou a cantar em festivais universitários na década de 1970. Participou do programa de calouros de Flávio Cavalcanti, na extinta TV Tupi, e foi crooner da orquestra de Ed Lincoln, além de fazer apresentações em boates e casas de espetáculos noturnas.

Considerado uma das vozes mais marcantes de sua geração, gravou seu primeiro compacto em 1973 pela Polydor com as faixas "Transa de Amor" e "Saravá", "Nega", que precederam outros grandes sucessos como "Saigon", "Verdade Chinesa" e "Lembra de Mim". Ficou conhecido do grande público com o projeto "Aquarela Brasileira", iniciado em 1988, com sete volumes dedicados à música popular brasileira. Seu último disco foi "Só danço samba (ao vivo)", lançado em 2012, junto com um DVD.

Antes do AVC, ele estava em turnê, com shows marcados para Rio de Janeiro e Campinas.

Segundo o site oficial do cantor, em casa, durante a adolescência, ele selecionava o que havia de melhor na época, como Nelson Gonçalves, Cauby Peixoto e Anísio Silva, entre outros. Depois, João Gilberto e a Bossa Nova conquistam de vez o jovem bacharel". O artista era formado em Direito.

Repercussão
A notícia repercutiu entre artistas e fãs que colocaram o nome do músico entre os termos mais citados mundialmente no Twitter ontem.

"A voz de Emílio Santiago era mais suave que a de Nat King Cole", escreveu o crítico de música do jornal "The New York Times", em um artigo publicado em 24 de abril de 2009, na edição impressa do jornal.

Santiago se apresentou na noite de 23 de abril daquele ano, ao lado de Dori Caymmi, filho de Dorival Caymmi, no Bossa Brasil Festival, em Nova York. Entusiasmado, o crítico classificou o show como "um diálogo íntimo musical, suave e ao mesmo tempo áspero".

"A suavidade incorporada por Santiago, apelidado de Nat King Cole do Brasil, tem sido sua marca desde meados dos anos 1970. Sua voz é mais rica e profunda do que a de Cole".

Emocionada com a morte do colega, a cantora Nana Caymmi disse que ele foi um dos maiores cantores do Brasil. "Era de um bom gosto impressionante. Era um grande intérprete", disse.

"Sempre falei isso: ele é a voz do Brasil. Que me desculpem meus amigos grandes cantores como Milton e Caetano, mas o Emílio era o meu cantor", disse o músico Roberto Menescal.

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