sábado, 16 de março de 2013

UNIDADE DE AVC NO HOSPITAL REGIONAL DO CARIRI

Dez pacientes estão em tratamento na Unidade de AVC do Hospital Regional do Cariri, que começou a funcionar no início do mês de março. São quatro pacientes na unidade de AVC agudo, que dispõe de 10 leitos, e seis pacientes internados na Unidade de Cuidados Especiais, com 29 leitos para cuidados ao AVC crônico.


Coordenada pelo neurologista Gustavo Vieira, a Unidade de AVC conta com equipe de clínico geral plantonista, dois enfermeiros e um técnico de enfermagem para cada três leitos. Na Unidade de Cuidados Especiais atuam mais quatro médicos e dois enfermeiros, além de técnicos de enfermagem. Na unidade, os pacientes têm acesso ao tratamento trombolítico.

Com a nova unidade, o Governo do Estado, através da Secretaria da Saúde do Estado promove a descentralização do Programa de Atenção Integral e Integrada ao AVC no Ceará, que teve como marco a inauguração, em outubro de 2009, da Unidade de AVC do Hospital Geral de Fortaleza, na Capital.

O Programa de Atenção ao AVC, desenvolvido nas vertentes epidemiológica, assistencial e educativa, iniciou as ações de vigilância epidemiológica em 2006, com o georreferenciamento de todas as mortes por AVC em Fortaleza. Em 2009 foi iniciado o estudo hospitalar, envolvendo 19 hospitais da Capital. Identificados por concentrar mais de 90% das mortes por AVC, esses hospitais foram visitados por uma equipe de seis pesquisadores que realizaram a busca ativa de novos casos. No total, foram identificados 4.686 casos.

Com o funcionamento da Unidade de AVC do HGF, pacientes passaram a ter acesso ao tratamento trombolítico e exames modernos como a tomografia realizada pelo tomógrafo multi-slice, que realiza o exame em apenas 5 segundos. Em três anos, entre junho de 2009 e maio de 2012, a mortalidade por AVC em Fortaleza caiu 37%  e diminuíram em 43% as complicações em consequência da doença.

No momento em que entra em funcionamento a Unidade de AVC no Cariri, o Programa de Atenção Integral e Integrada ao AVC no Ceará, a Sesa inicia a segunda etapa do estudo epidemiológico da doença, em convênio com a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, de São Paulo, e financiamento de R$ 1,7 milhão do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS), do Ministério da Saúde.

Nessa segunda etapa, com previsão de dois anos de duração, o estudo vai abranger 31 hospitais de Fortaleza e as clínicas radiológicas da capital, além de incluir os casos de AVC identificados em pacientes de outras cidades do Estado.

O AVC ocorre subitamente em qualquer idade, sexo ou classe social. É a segunda doença que mais mata no mundo, responsável por 6 milhões de mortes a cada ano e a principal causa de incapacitação por conta das sequelas que pode deixar. Conhecido também como derrame, o AVC é uma doença que provoca a perda súbita de uma ou mais funções neurológicas. No AVC isquêmico, o mais comum, com 80% dos casos, ocorre a obstrução de um vaso sanguíneo de uma determinada região do cérebro.

Já no AVC hemorrágico, ocorre a ruptura de um vaso sanguíneo cerebral e a formação de hematoma que comprime os tecidos cerebrais vizinhos. No Brasil, o AVC é a principal causa de morte e incapacitações. De acordo com o Ministério da Saúde, ocorreram 33 mil mortes por AVC no país em 2012. A doença mata mais que infarto, câncer, aids, acidentes e drogas. No Ceará, embora registrando redução no total de óbitos, o AVC também é a principal causa de morte.

Em 2011, segundo dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) 3.817 pessoas morreram vítimas de AVC no Estado. Em 2012, como base em dados parciais, o número de óbitos caiu para 3.188.

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