Coordenada
pelo neurologista Gustavo Vieira, a Unidade de AVC conta com equipe de
clínico geral plantonista, dois enfermeiros e um técnico de enfermagem
para cada três leitos. Na Unidade de Cuidados Especiais atuam mais
quatro médicos e dois enfermeiros, além de técnicos de enfermagem. Na
unidade, os pacientes têm acesso ao tratamento trombolítico.
Com a nova unidade, o Governo do Estado, através da
Secretaria da Saúde do Estado promove a descentralização do Programa de
Atenção Integral e Integrada ao AVC no Ceará, que teve como marco a
inauguração, em outubro de 2009, da Unidade de AVC do Hospital Geral de
Fortaleza, na Capital.
O Programa de Atenção ao AVC, desenvolvido nas
vertentes epidemiológica, assistencial e educativa, iniciou as ações de
vigilância epidemiológica em 2006, com o georreferenciamento de todas as
mortes por AVC em Fortaleza. Em 2009 foi iniciado o estudo hospitalar,
envolvendo 19 hospitais da Capital. Identificados por concentrar mais de
90% das mortes por AVC, esses hospitais foram visitados por uma equipe
de seis pesquisadores que realizaram a busca ativa de novos casos. No
total, foram identificados 4.686 casos.
Com o funcionamento da Unidade de AVC do HGF,
pacientes passaram a ter acesso ao tratamento trombolítico e exames
modernos como a tomografia realizada pelo tomógrafo multi-slice, que
realiza o exame em apenas 5 segundos. Em três anos, entre junho de 2009 e
maio de 2012, a mortalidade por AVC em Fortaleza caiu 37% e diminuíram
em 43% as complicações em consequência da doença.
No momento em que entra em funcionamento a Unidade de
AVC no Cariri, o Programa de Atenção Integral e Integrada ao AVC no
Ceará, a Sesa inicia a segunda etapa do estudo epidemiológico da doença,
em convênio com a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert
Einstein, de São Paulo, e financiamento de R$ 1,7 milhão do Programa de
Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde
(Proadi-SUS), do Ministério da Saúde.
Nessa segunda etapa, com previsão de dois anos de
duração, o estudo vai abranger 31 hospitais de Fortaleza e as clínicas
radiológicas da capital, além de incluir os casos de AVC identificados
em pacientes de outras cidades do Estado.
O AVC ocorre subitamente em qualquer idade, sexo ou
classe social. É a segunda doença que mais mata no mundo, responsável
por 6 milhões de mortes a cada ano e a principal causa de incapacitação
por conta das sequelas que pode deixar. Conhecido também como derrame, o
AVC é uma doença que provoca a perda súbita de uma ou mais funções
neurológicas. No AVC isquêmico, o mais comum, com 80% dos casos, ocorre a
obstrução de um vaso sanguíneo de uma determinada região do cérebro.
Já no AVC hemorrágico, ocorre a ruptura de um vaso
sanguíneo cerebral e a formação de hematoma que comprime os tecidos
cerebrais vizinhos. No Brasil, o AVC é a principal causa de morte e
incapacitações. De acordo com o Ministério da Saúde, ocorreram 33 mil
mortes por AVC no país em 2012. A doença mata mais que infarto, câncer,
aids, acidentes e drogas. No Ceará, embora registrando redução no total
de óbitos, o AVC também é a principal causa de morte.
Em
2011, segundo dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM)
3.817 pessoas morreram vítimas de AVC no Estado. Em 2012, como base em
dados parciais, o número de óbitos caiu para 3.188.
Nenhum comentário:
Postar um comentário