A
decisão partiu, na sessão passada, do vereador presidente Antônio de
Lunga (PSC), que pediu o acompanhamento de, pelo menos, dois ou três
vereadores nos processos. A polêmica surgiu após as denúncias do
vereador João Borges (PRTB), presente às licitações, de que, nos
processos acompanhados, estaria havendo favorecimento e direcionamento
para algumas empresas.
João Borges
convidou os vereadores da situação a comparecerem as licitações para
tomarem conhecimento do que está acontecendo. O convite de João Borges e
a afirmação do vereador Ronnas Motos, gerou polêmica e uma sequência de
ataques e defesas entre as bancadas de situação e oposição.
Teor das denúncias
Segundo o vereador João Borges, na licitação para contratação de empresa para manutenção de equipamentos de informática, a empresa EJ Nascimento Pinto–ME, foi a única que compareceu, ganhando o processo com a ressalva de entregar, até segunda (18), o ato constitutivo que estava faltando na documentação de habilitação, o que, não é permitido.
O vereador
completou que, no mesmo dia, a empresa foi a única a participar e foi
descredenciada por falta de documentação. João Borges avaliou que a
presença dos vereadores motivou o cancelamento da segunda licitação.
Outro caso levantado pelos vereadores foi que na licitação para
contratação de empresa de locação de equipamentos de informática
(computadores e impressoras), o representante legal (dono) da empresa
não sabia qual era o capital e nem o nome de fantasia da empresa que
representava.
Segundo João
Borges, a empresa foi constituída em 21 de dezembro de 2012; a razão
social é “PDF de Oliveira” e o nome de fantasia é “Jet Print
Informática”. Ao fazer uma avaliação de que a pessoa responsável pela
empresa é apenas “um laranja”, o vereador observou que o assessor do
departamento da licitação disse ao representante da empresa que ele não
precisava responder as perguntas dos vereadores.
O que falam os vereadores
Firmino Calu (PRP) falou que os concorrentes da licitação são sempre os mesmo, que “são todos farinha do mesmo saco”. Segundo ele, são aquelas pessoas que sempre conviveram fazendo coisa errada na Prefeitura e, hoje, são convidadas a participar. “Isso é um jogo de cartas marcadas, todos sabem quem vai ganhar”. Concordando com o ato de investigar, o vereador Tarso Magno (PR) disse que fiscalizar é a prerrogativa do vereador.
Mas, é sabido
que nas licitações é regra a utilização de “laranjas”. Tarso observou
que apenas uma empresa participando é novidade, principalmente, depois
das divulgações no Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), Diário
Oficial e Jornais.
O vereador
desafiou, ainda, os empresários de Juazeiro, perguntando onde estavam
eles que não participavam do processo. Em resposta a Tarso Magno, o
vereador Ronnas Motos, disse que as empresas que vêm participar, são
compradas. “Eu já presenciei”, disse. Segundo Ronnas, elas são coagidas
(ameaçadas) a desistirem sob pena de não receberem os valores
determinados.
Nova denúncia
O vereador Cláudio Luz (PT), disse que identificou mais de 15 dispensas de licitação para várias aquisições na prefeitura. Entre elas, estão empresas ligadas ao grupo político do prefeito Raimundo Macedo. O vereador citou como exemplo, a “empresa Ícone”, de propriedade do enteado de Arnoud e filho de Cátia, sua esposa; além da “empresa Pro Ex”, empresa responsável pela coleta de lixo, de propriedade de um forte cabo eleitoral e participante ativo no último processo eleitoral na campanha do atual Prefeito.
Segundo o
vereador, será feito um documento, registrado em cartório e enviado ao
TCM, apontando que a empresa Pro Ex vai ganhar a licitação para
prestação de serviços de limpeza pública, no próximo dia 4 de abril.
“Vamos provar que existe direcionamento da licitação. Todas as pessoas
que ganham são ligadas, de alguma forma, ao grupo do prefeito. O grande
exemplo disso é o caso da licitação para a contabilidade. Ela assumiu
através de dispensa da licitação e depois foi vencedora do pregão
presencial. O detalhe é que ela foi a única a participar e tem sede em
Aurora,” disse Cláudio Luz.
As últimas
sessões da Câmara Municipal de Juazeiro estão sendo marcadas pela
disputa acirrada entre, os chamados, Grupo dos 11 (G11) e Grupo dos 10
(G10). A situação que tem confrontado oposição e governista, com
constantes ataques, tanto entre as bancadas, quanto entre apoaidores dos
governos de Raimundão e Santana, tem preocupado alguns vereadores.
Na última
sessão, quinta- -feira (14), por exemplo, chamou atenção a troca de
insinuações entre a base de oposição e situação sobre as licitações das
empresas de contabilidade da Prefeitura e da Câmara. Durante os debates o
vereador Darlan Lobo (PMDB) questionou a postura do vereador Tarso
Magno (PR), ao rebater um questionamento com outro questionamento. Tarso
respondeu que tem, apenas, tentado manter uma coerência nas suas
posturas. Sobre a possibilidade do embate na Câmara estar ligada a
disputa entre os governos Santana e Raimundão, o vereador Cláudio Luz
acredita que se deve olhar para o passado com olhos críticos e aprender
com os erros de ambas as gestões.
“O debate tem
que acontecer em torno do governo atual. O que já aconteceu está no
Ministério Público e, com certeza, já foi bem discutido pela própria
Câmara Municipal,” disse Cláudio Luz. O vereador Tarso Magno entende que
a situação de rivalidade tem sido motivada por disputas por espaços
políticos.“Essa busca por espaços só acontece porque houve renovação.
E todos
querem aplicar seus estilos na busca por esse espaço. Mas, entendo
apenas que alguns vereadores estão pecando por cobrarem excessivamente a
mesma atitude de outros colegas,” disse Tarso. Para o vereador Darlan
Lobo, o ponto motor da disputa na Câmara ainda é o resquício na disputa
pela eleição da Mesa Diretora. “Até hoje, não foi possível fazer uma
composição, ou seja, sentar os 21 vereadores para fazer um trabalho
melhor.
Quando
vereadores da situação rebatem a fiscalização que estamos fazendo,
questionando a direção da Câmara, é o sinal de que eles ainda não se
conformaram com a derrota,” frisou Darlan. O vereador Gledson Bezerra
acredita que a motivação pode estar nas denominações de G10 e G11.
“Acredito que o legislativo é um corpo só; apesar de existem duas bases,
oposição esituação. Mas, o trabalho do vereador finda se misturando
aqui dentro”. Gledson disse que espera dos vereadores um respeito
recíproco.
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