A presidente Dilma Rousseff quebrou o silêncio nesta sexta (20/02), para responsabilizar os tucanos que não teriam investigado, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (1995 a 2002), desvios na Petrobras.
“Se em 1996 ou 1997 tivessem investigado e tivessem, naquele momento, punido, nós não teríamos o caso desse funcionário da Petrobras que ficou durante quase 20 anos [atuando em esquema] de corrupção”, disse Dilma após cerimônia onde recebeu embaixadores no Planalto.
Sem citar nomes, a presidente fez referência ao depoimento do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco: ele disse ter começado a receber propina da SBM Offshore em 1997.
Dilma afirmou que é preciso considerar a importância das grandes empreiteiras envolvidas em casos de corrupção para a geração de empregos e renda, mas ressaltou que isso não pode prejudicar as investigações: “Agora, o que o governo fará é tudo dentro da legalidade. […] Significa doa a quem doer”.
Ela voltou a defender a atuação dos órgãos de investigação que atuam no caso, como PF e Ministério Público.
“Hoje acho que um passo foi dado no Brasil e é esse passo que eu acho que a gente tem que olhar e valorizar. Atualmente, não tem ‘engavetador’ da República [uma referência a Geraldo Brindeiro, procurador-geral da República de 1995 a 2003], não tem controle sobre a Polícia Federal, nós não nomeamos pessoas políticas para os cargos da Polícia Federal e isso significa que junto com o MP [Ministério Público] e com a Justiça está havendo no Brasil um processo de investigação como nunca foi feito antes”, disse a presidente.
A petista completou 60 dias sem falar com a imprensa, maior período de silêncio desde que assumiu o Planalto em 2011. Até então, ela havia passado 38 dias sem falar com jornalistas em janeiro de 2012.
Fonte: Ceará Agora
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