Em meio à crise de relacionamento com o Planalto, o PMDB, principal partido aliado de Dilma Rousseff, levou à TV ontem à noite um programa descolado do PT e que não citou a presidente.
Na abertura da propaganda de 10 minutos, o programa alfinetou indiretamente o PT ao dizer que não são as "estrelas" que guiarão o partido e o País, mas serão as escolhas que apontarão caminhos. A estrela é o símbolo do partido.
Para o marqueteiro Elsinho Mouco, que assina a peça, a frase "é mais poética do que política": "A intenção é reforçar que nada na vida cai do céu e que são as escolhas que nos levam a ser o que somos".
Na peça, o vice-presidente Michel Temer defende uma agenda positiva para o Brasil. Diz que a apuração de irregularidades não pode paralisar a vida produtiva do País. O presidente nacional do PMDB reforça apoio à reforma política e à liberdade "plena de informação". O PT defende a regulamentação da mídia.
Temer diz que o ajuste fiscal fortalecerá a economia e que serão sustentados os programas sociais, sem citar os governos Lula ou Dilma.
O comercial trouxe depoimentos dos seis ministros do PMDB que ocupam pastas no governo Dilma, mas sem referência à presidente: Eduardo Braga (Minas e Energia), Kátia Abreu (Agricultura), Edinho Araújo (Portos), Helder Barbalho (Pesca), Eliseu Padilha (Aviação Civil) e Vinicius Lages (Turismo).
O presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), afirmou que seu cargo exige humildade e perseverança para fazer as mudanças que o País requer. E que colocará em pauta temas de interesse da sociedade e que tragam "benefícios para os brasileiros".
Já Eduardo Cunha (RJ), presidente da Câmara, citou a reforma política e disse que mostrará que "os escolhidos" para representar a sociedade "são capazes de cuidar dela".
O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), disse que o "mar de crises que invade o noticiário" mostra ser urgente mudar a forma de fazer política no Brasil.
Desde a reeleição de Dilma, o PMDB tem se queixado da falta de interlocução com a presidente e de acesso às decisões centrais do governo.
"Não ter a presença da presidente Dilma, nem citação ao Partido dos Trabalhadores, é absolutamente natural. O programa é peemedebista, não governista", diz Mouco.
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