sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Ipea: educação é instrumento para afastar jovens da trajetória de crimes

O estudo Trajetórias Individuais, Criminalidade e o Papel da Educação, divulgado nesta quinta-feira, 8, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostra que o eixo básico de qualquer política preventiva e efetiva de segurança pública é a educação. “Não se pode pensar em resolver o problema do crime prendendo e botando mais armas na rua quando, na verdade, é preciso investir na criança para que ela não seja o bandido de amanhã”, disse o técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea, Daniel Cerqueira, autor do estudo.

O trabalho aborda a trajetória do indivíduo desde os problemas que podem ocorrer na infância e que podem gerar problemas comportamentais mais adiante, como hiperatividade, agressividade, tendência ao isolamento, levando aqueles jovens à delinquência e ao crime. Cerqueira disse que a necessidade de uma boa educação deve ser dada desde a infância até o ensino médio. “É algo que nos parece crucial”.

O Mapa da Letalidade Violenta no Brasil identifica 60 mil assassinatos por ano, no país, que respondem por mais de 10% a 12% dos assassinatos no mundo. Com base nesses dados, reduzir crimes parece ser uma tarefa hercúlea, segundo Cerqueira, que esclareceu, porém, que olhando a geografia da letalidade, apura-se que 50% dos homicídios estão concentrados em 81 municípios e que, nestes, a violência se concentra em alguns bairros. “A gente percebeu que nestes municípios, enquanto 50% dos bairros praticamente não tinham homicídios, 10% dos bairros concentravam metade dos homicídios que lá aconteciam”.

Sobre o assunto

A questão de localização geográfica facilita a implementação de políticas efetivas, disse o pesquisador do Ipea. Isso significa que em vez de pensar o Brasil em dimensões continentais, os governos devem construir políticas focalizadas nas crianças e jovens que residem exatamente nessas localidades e bairros mais violentos do Brasil.

- no site do jornal O Povo

Nenhum comentário: