terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Vereadores cassam nome da Imperatriz Leopoldina em rua de Crato



Vem de há muito um triste costume da Câmara de Vereadores de Crato: mudar os nomes das ruas da cidade. As do centro tiveram antigas e pitorescas denominações tocadas por nomes de personagens, em boa parte desconhecidas pela população.
Vejamos um caso recente. Em 1998, intelectuais, professores e monarquistas caririenses procuraram os vereadores Ailton Esmeraldo e Edna Almino e pediram a esses edis para apresentarem projeto, à Câmara Municipal, dando o nome de Imperatriz Leopoldina a uma nova rua de Crato. Foram de pronto atendidos.
Colocada a matéria em votação, uma surpresa: alguns vereadores alegaram desconhecer quem fora e qual a participação que tivera a Imperatriz Leopoldina na história do Brasil. O então presidente da Câmara Municipal, Cláudio Gonçalves Esmeraldo, usou de bom senso. Convidou-me a comparecer à sede do legislativo cratense para proferir palestra sobre a primeira imperatriz brasileira. Assim o fiz. Ao final da minha fala o projeto foi colocado em votação sendo aprovado por 20 votos a favor, com uma abstenção: a do vereador Amadeu de Freitas, do PT.
Àquela época, o Partido dos Trabalhadores apresentava-se com um ar de superioridade. Seus filiados julgavam-se os donos da verdade, críticos de tudo, vestais da ética... Bastou o PT chegar ao Governo Federal, em 2003, para conhecermos sua verdadeira face. A ficha caiu a partir do “mensalão” culminando com o acordo para salvar o mandato de Renan Calheiros em troca de votos para manter a CPMF. Mas esta é outra história. Voltemos à troca de nome das ruas de Crato.
O ex-prefeito Raimundo Bezerra sancionou a Lei nº. 1.774 de 10 de junho de 1998, denominando de “Rua Imperatriz Leopoldina” a artéria que tem inicio ao lado direito da Avenida Padre Cícero – sentido Crato-Juazeiro – que dá acesso ao Parque Getúlio Vargas-Morro da Coruja em toda a sua extensão.
Recentemente, como me informou o ex-vereador Ailton Esmeraldo, os atuais vereadores (provavelmente desconhecendo que aquela rua já tinha denominação oficial) aprovaram sua denominação como Orestes Costa.
Será que se lembraram de revogar a Lei nº. 1.774? Caso contrário, aquela rua tem agora duas denominações. Existem vereadores na atual legislatura, que já exerciam mandato em 1998 e se lembram do episódio que acabei de relatar.

Em tempo: acho justo que o Sr. Orestes Costa seja homenageado como patrono de uma rua de Crato. Mas que, para isso acontecesse não precisaria rasgar uma lei já existente. A Imperatriz Leopoldina, que tantos serviços prestou ao Brasil, não merecia uma desfeita dessas...


(*)Armando Lopes Rafael - Historiador. Sócio do Instituto Cultural do Cariri e da Academia de Letras e Artes “Mater Salvatoris”, de Salvador (BA).

(jornal Contraponto)

2 comentários:

Marcelo disse...

pqp, que povo mais ignorante

Anônimo disse...

Uma vida tão triste,uma menina austriaca chega no Brasil aos 20 anos,e morre aos 29,só isso merecia ela ter um nome em todas as partes deste mundo como simbolo de uma mulher sofrida e infeliz.Aguentou todos os desaforos do marido com a amante Marquesa de Santos(marquesa? título inventado) e morre devido a um aborto espontâneo do 7 filho,o mesmo numero de tempo de vida quase o de filhos, pobre moça,pobre menina rica,sempre uma mulher casada por procuração nem conhecia a cara do idiota do D.PedroI,que eu o abomino só por isso.